São Paulo, quinta-feira, 22 de maio de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Polícia diz que encontrou revólver em apartamento

Arma teria seis balas em seu tambor, três delas deflagradas

ANDRÉ LOZANO; MAURO TAGLIAFERRI
DA REPORTAGEM LOCAL

O comandante do Policiamento de Choque anunciou, às 11h30 de ontem, a descoberta de um revólver calibre 38 num apartamento do Conjunto Habitacional Juta 2.
Segundo Carlos Alberto de Camargo, a arma estava embaixo da pia do apartamento 12, no bloco 8, e foi encontrada por um policial, um oficial de Justiça e um cinegrafista da Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano (CDHU). A descoberta teria sido filmada por ele.
Ainda de acordo com a PM, a arma teria, em seu tambor, seis balas, três delas deflagradas. Estaria embrulhada em papel e plástico. Peritos da Polícia Civil examinaram o local onde ela foi achada.
Os policiais não afastam a possibilidade de a arma ter sido usada durante o conflito de anteontem. Três pessoas morreram (Crispim José da Silva, Jurandir da Silva e Geracir Reis de Moraes), cada uma com um tiro.
Bombas incendiárias
A PM também exibiu, afirmando ter retirado dos apartamentos frontais do conjunto, 13 garrafas de vidro. Cinco delas continham um trapo, o qual, segundo os policiais, poderia servir como estopim de uma bomba incendiária.
Junto com as garrafas estariam mais trapos e um frasco de "thinner", produto inflamável. Um facão, que teria sido encontrado nos apartamentos, também foi mostrado pela polícia.
A PM mostrou, ainda, uma grade que teria sido eletrificada para servir como armadilha. Camargo contou que ela foi localizada por uma cachorro da polícia, que levou um choque de 220 volts.
"O cachorro ficou grudado na tela, quase desmaiou, mas passa bem", disse o comandante. A grade estava ligada a dois fios elétricos sobre o bloco 1, num local escondido, que não serve de passagem.
Indícios
O delegado-titular da 8ª Delegacia Seccional de São Paulo, responsável pela condução do inquérito sobre a ação da Polícia Militar na Fazenda da Juta, Antonio Mestre Júnior, disse que a arma e as possíveis bombas incendiárias localizadas no conjunto habitacional ocupado seriam "indícios" de que os objetos "seriam utilizados no confronto".
Mestre disse que a polícia terá dificuldade em localizar os responsáveis pela execução das possíveis bombas.
(ANDRÉ LOZANO e MAURO TAGLIAFERRI)

Texto Anterior: Após 3 mortes, PM age corretamente
Próximo Texto: Chefe da PM diz que ia negociar
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.