São Paulo, quinta-feira, 22 de maio de 1997
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Argentina concilia expansão e estabilidade

DA REDAÇÃO

A economia da Argentina cresceu 8% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, afirmou ontem em Buenos Aires Carlos Rodrígues, principal economista do Ministério da Economia.
A expansão da economia coincide com um período de inflação baixíssima. Neste mês, a taxa deve ficar próxima de zero, após a deflação de 0,3% em abril. A projeção oficial para o ano é inferior a 2%.
"Esses números são um prazer", disse Carlos Rodrígues em entrevista a agências de notícias internacionais.
O resultado dos primeiros três meses, no entanto, precisa ser relativizado. A comparação é feita com um período em que o país mal saíra da profunda recessão em que havia sido jogado.
Em 1995, o PIB argentino recuou 4,6% em decorrência da crise cambial do México, em dezembro de 1994. O PIB (Produto Interno Bruto) mede a riqueza produzida por um país num ano.
Ao contrário do Brasil, a Argentina não tem no setor externo um freio em potencial para o crescimento. As exportações neste ano cresceram 18%, apesar de o câmbio estar, desde 91, fixado em um peso para um dólar.
Com folga
O crescimento da economia pressiona as contas externas, mas ainda há muito espaço para resultados ruins antes de a situação começar a preocupar.
O mercado financeiro projeta para este ano déficit de US$ 6,2 bilhões nas contas correntes, em comparação aos US$ 3,8 bilhões do ano passado.
Mesmo assim, o déficit seria equivalente a menos de 2% do PIB. No Brasil, em comparação, o déficit em contas correntes é 3,9% do PIB e até o final do ano pode chegar a 4,5%, segundo projeção do mercado financeiro.
A tendência para este ano é de expansão econômica bem mais modesta que a do primeiro trimestre. No acordo que o governo está negociando com o FMI (Fundo Monetário Internacional), consta a previsão de 5%. No mercado, a projeção é ligeiramente superior.
Isso não significa que a economia vai crescer menos. Significa que a diferença em relação a períodos iguais do ano passado será cada vez menor porque a economia foi aos poucos se recuperando ao longo do ano passado. Fechou 1996 com crescimento de 4,3%.
Ontem, um instituto particular de pesquisa divulgou dados da produção industrial que mostram expansão próxima da do PIB.
A alta em abril foi de 7,9% sobre abril de 1996. No primeiro quadrimestre, o crescimento foi de 7,6%.

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