São Paulo, quinta-feira, 22 de maio de 1997
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Estádio 'aos cacos' espera seleção no Pará

ESTANISLAU MARIA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM

Com a maior capacidade de público de Belém, o Mangueirão precisa de uma reforma total para receber jogo

Estádio 'aos cacos' espera seleção no PA
O jogo da seleção brasileira marcado para 8 de outubro em Belém (PA) está ameaçado pelas precárias condições do estádio Edgar Proença, o "Mangueirão".
Os problemas vão desde instalações elétricas velhas e defeituosas à falta de banheiros.
A grande festa planejada pela população paraense para o conterrâneo Geovanni, nascido em Abaetetuba (40 km ao sul de Belém), depende de uma reforma geral e urgente no estádio, com capacidade teórica para 60 mil torcedores.
Atualmente, o Mangueirão não tem condições mínimas para abrigar um público como esse em um jogo da seleção.
"Vamos fazer uma grande reforma, incluindo as instalações hidráulicas e elétricas e fazer uma pintura", disse o superintendente do estádio, Alonso Guimarães.
Guimarães é também o presidente da Fundação Desportiva Paraense, órgão do governo do Estado que administra o estádio.
A Agência Folha esteve ontem no Mangueirão e apurou que dos 30 banheiros do estádio, apenas 12 funcionam -precariamente. Nenhum deles tem luz.
Na maioria dos banheiros, os vasos sanitários e as pias foram arrancadas pelos torcedores. Portas nos boxes também já não existem. Os poucos vasos que resistiram estão entupidos.
Por enquanto, só o gramado passa por reparos. Nenhuma outra obra necessária foi sequer licitada.
Há problemas em toda tubulação de água e esgoto, a fiação elétrica é velha e faltam lâmpadas em todo o estádio. Nos vestiários, os chuveiros não funcionam e faltam telas no escoadouro dos boxes.
Pichado
O estádio tem infiltrações de água e, todo pichado, precisa de pintura. Muitas das cadeiras estão enferrujadas e outras foram arrancadas pelos torcedores.
As transmissões serão um transtorno para os jornalistas. Não há linhas telefônicas disponíveis. Há apenas sete cabines no térreo.
As licitações serão lançadas em 1º de junho. Guimarães disse acreditar que em 15 dias depois as obras comecem.
Mesmo que o cronograma imaginado pelo superintendente seja cumprido, pouco mais de cem dias separarão o início da reforma do pontapé inicial do jogo.
O gramado tem buracos, grama alta e irregular e apresenta infestações de pragas. "O acompanhamento é constante. Desde o último clássico (há duas semanas), já trocamos 770 m2 de grama", disse o agrônomo responsável Raimundo Mesquita. O campo tem 8.250 m2.
O acesso do público ao estádio é outro problema. A rodovia Augusto Montenegro é o único caminho para o Mangueirão e fica intransitável em dias de jogo.

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