São Paulo, quinta-feira, 22 de maio de 1997
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Samper será investigado por assassinato

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O Congresso da Colômbia instaurou uma comissão de inquérito para averiguar se o presidente Ernesto Samper foi o autor intelectual do assassinato de um político de oposição.
A rádio RCN, de Bogotá (capital), anunciou que, depois de uma investigação preliminar, a Câmara dos Deputados decidiu dar prosseguimento ao inquérito, aberto devido à denúncia do deputado conservador Pablo Victoria.
Segundo ele, uma testemunha declarou à Procuradoria Geral da República que Samper entregou 100 milhões de pesos (cerca de US$ 100 mil), por meio de um assessor, ao coronel Germán Osorio, para financiar o assassinato de Alvaro Gómez.
Três vezes candidato à Presidência pelo Partido Conservador, Gomez foi baleado em novembro de 1995, em Bogotá.
Este é o segundo inquérito da comissão de acusações da Câmara contra o Samper. Na primeira, no ano passado, ele era acusado de receber dinheiro do tráfico de drogas durante a campanha eleitoral.
Em junho do ano passado, o plenário da Câmara -dominado pelo Partido Liberal, do governo- absolveu Samper.
Guerrilha
Começa amanhã a desmilitarização de uma grande área do sul da Colômbia. O governo aceitou condições da guerrilha de esquerda Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) para a libertação de 70 militares, a maior parte refém desde agosto passado.
A desmilitarização deve começar à meia-noite de amanhã (2h de sábado em Brasília) e durar 32 dias, tempo considerado suficiente pelos guerrilheiros para a libertação de todos os soldados.
Em mais de oito meses de negociações com as Farc, iniciadas depois da primeira captura de militares, o governo aceitava desmilitarizar uma área da selva, mas não a incluir nela a cidade de Remolinos del Caguán, onde funciona uma base militar.
A notícia da desmilitarização provocou uma onda de otimismo na Colômbia. A área a ser desmilitarizada é de 13.161 km2, no Departamento (Estado) de Caquetá.
Em 30 de agosto do ano passado, as Farc atacaram a base militar de Las Delicias, em Caquetá, matando 27 soldados e capturando 60.
Outros dez militares foram sequestrados em 16 de janeiro, num ataque das Farc a uma base da Marinha no Departamento de Chocó, no noroeste do país.
No começo deste mês, a guerrilha divulgou um vídeo que mostra os 70 soldados em bom estado de saúde. Com a desmilitarização, prevê-se que eles comecem a ser libertados a partir da segunda metade de junho.

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