São Paulo, quinta-feira, 22 de maio de 1997
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Diáspora volta ao país

DO "LE MONDE"

Será que Laurent Kabila vai abrir o futuro governo à oposição radical? A questão interessa especialmente aos membros da diáspora zairense que, nas últimas semanas, têm andado por Goma e, depois, Lubumbashi.
"As pessoas da diáspora são portadoras de uma mensagem. É uma elite da qual nosso país precisa", afirmou Gabriel Lukeka, diretor da rádio privada "A Voz do Povo", requisitada pela Aliança após a tomada de Goma.
Embora o novo presidente não esteja se esforçando, oficialmente, para integrar a oposição radical na transição que se anuncia, "alguns dos integrantes desta já receberam garantias extra-oficiais nesse sentido. É por isso que essa oposição ainda não se expressou", acrescenta Lukeka, que acredita que Goma continuará funcionando como "reduto da revolução".
Já no dia 13, uma dessas personalidades da diáspora presentes em Goma, Bin Olela Ramazani, diretor de uma empresa de informática em Lausanne, havia confirmado ao "Le Monde" que vê o futuro com otimismo. Nascido no norte do Zaire, perto de Kisangani, Ramazani foi, desde o início, seguidor de Patrice Lumumba. Ele sabe que, na coalizão da Aliança, "que não é um partido", a ação precedeu a organização e a construção de idéias.
Ele admite, por exemplo, que durante o avanço, os soldados "confiscaram alimentos destinados aos refugiados, para sua própria subsistência".

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