São Paulo, sexta-feira, 23 de maio de 1997
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Cartões serão distribuídos a aidéticos

DANIELA FALCÃO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A partir de segunda-feira, cerca de 35 mil pacientes de Aids de São Paulo e do Distrito Federal começam a receber cartões magnéticos que vão permitir que seus dados clínicos sejam acessados por médicos da rede pública em todos os Estados do país.
Os cartões trarão todo o histórico do paciente, inclusive com informações sobre os medicamentos que tomam e as respectivas dosagens. Até outubro, os 75 mil portadores de Aids no Brasil deverão ter seus cartões.
O cartão vai permitir que o paciente receba medicamentos em qualquer um dos 300 hospitais credenciados ao SUS (Sistema Único de Saúde), inclusive se estiver fora do Estado em que mora.
Como nos bancos
O funcionamento será semelhante ao dos cartões magnéticos de bancos. Cada paciente terá uma senha. Ao passar o cartão e digitar a senha nos terminais de computadores que serão colocados em 300 hospitais do SUS, o médico terá acesso a todo o histórico do pacientes, como se fosse um extrato bancário.
Cada vez que ele receber algum medicamento, a informação irá para sua ficha, assim como os resultados dos testes de carga viral, que medem a quantidade do HIV que o paciente carrega no sangue.
Além de evitar que o paciente interrompa o tratamento se mudar de cidade, o cartão permitirá um controle muito mais rígido da distribuição dos medicamentos anti-Aids.
Em dobro
Hoje, como o sistema ainda não está informatizado e quase não há comunicação entre hospitais de cidades diferentes, o mesmo paciente pode se inscrever em mais de um hospital e receber medicamentos em dobro.
O coordenador do Programa Nacional de DST/Aids, Pedro Chequer, apresenta hoje o modelo do cartão em Brasília. Na segunda, eles começam a ser distribuídos aos pacientes.
Este novo cartão magnético foi anunciado em um congresso de infectologia que está sendo realizado em Salvador (BA).
O Programa Nacional de DST/Aids é vinculado ao Ministério da Saúde.
O ministério promove, há oito meses, um plantão telefônico para tirar dúvidas sobre Aids, que já recebeu mais de 90 mil ligações (leia reportagem nesta página).

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