São Paulo, sexta-feira, 23 de maio de 1997
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Greve pode recomeçar em Ribeirão

LUCIANA CAVALINI
DA FOLHA RIBEIRÃO

A greve dos trabalhadores do transporte urbano de Ribeirão Preto (319 km ao norte de SP) pode ser retomada hoje.
Ontem, empresas e empregados rejeitaram proposta do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) na audiência de conciliação, que aconteceu em Campinas.
A juíza Iara Alves Cordeiro Pacheco propôs aumento de 7% aos funcionários. A proposta foi recusada por patrões e empregados.
O representante dos empregados, Aparecido Donizete Rosa, afirmou que, com a recusa do acordo, a greve pode ser retomada.
Estava prevista para o fim da noite de ontem uma assembléia com os funcionários para definir a greve. Eles querem aumento de 20%.
O sindicato patronal também não aceitou a proposta do TRT.
"Não podemos aceitar acordo que nos dê despesa por causa do congelamento da tarifa", afirmou o presidente do sindicato patronal, Carlos Alberto Cherulli, 38.
Como não houve acordo na audiência, o processo deve ser julgado na próxima semana pelo tribunal. Hoje, o sindicato dos empregados deve apresentar no TRT a defesa formal da categoria.
Anteontem, no primeiro dia de greve, a paralisação atingiu 100% dos ônibus de Ribeirão Preto.
No final da tarde, o TRT obrigou a circulação de pelo menos 30% da frota a partir de ontem.
Às 5h de ontem, proprietários das permissionárias se reuniram com funcionários nas garagens.
Por volta das 5h30, começaram a circular os 30% da frota determinados pelo TRT. Depois das 7h, todos os ônibus estavam circulando.
Mesmo com a volta de toda a frota às ruas, o atraso dos ônibus nos terminais ontem pela manhã chegou a uma hora.
A manicure Adriana de Fátima Gonçalves Rodrigues Saraiva, esperou 25 minutos para ir do Jardim Heitor Rigon ao centro.
"Normalmente, o ônibus passa em cinco minutos", afirmou.
Tarifa congelada
O prefeito Luiz Roberto Jábali (PSDB) determinou o congelamento das tarifas até dezembro em acordo realizado com o Ministério Público. Se não cumprir esse acordo, Jábali pode ter que pagar multa de R$ 20 mil por mês.
O prefeito também se comprometeu a formar uma comissão para elaborar uma nova planilha de custos, que serve de base para o cálculo da tarifa.
Se a comissão não for formada, Jábali terá que pagar multa de R$ 50 mil, a serem devolvidos aos cofres públicos.

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