São Paulo, sexta-feira, 23 de maio de 1997
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Droga diminui caso de obstrução arterial

NOELLY RUSSO
DA REPORTAGEM LOCAL

A cardiologista canadense Anne Ouellitte apresentou ontem no Simpósio Internacional de Doença Arterial Coronariana, em São Paulo, um novo efeito da pravastatina para casos de hipertensão e angina (doença coronária).
A droga, conhecida há dez anos e usada no combate a doenças coronárias e colesterol, impede a formação de trombos (coágulos sanguíneos) nas artérias.
A descoberta é importante para pacientes com níveis altos de colesterol. O colesterol forma placas que "entopem" as artérias, dificultando o fluxo sanguíneo.
Outro uso da pravastatina pode ser para tratamento de hipertensão. Ela promove uma leve dilatação nas artérias, ajudando a diminuir a pressão do fluxo sanguíneo.
"Está em estudo, ainda em nível primário, a possibilidade de usar a pravastatina no combate à trombose, mas esse procedimento ainda não existe", disse Ouellitte.
O professor e cardiologista norte-americano, da Universidade de Harvard, Frank Sacks apresentou no mesmo simpósio o resultado de dois estudos feitos com a droga.
Um deles, o Estudo de Prevenção Coronariana West of Scotland, foi feito com 6.595 homens com altos níveis de colesterol, mas que não haviam sofrido infarto.
A outra pesquisa foi realizada com 4.159 homens e mulheres que já haviam sofrido um infarto, mas apresentavam taxas de colesterol consideradas normais.
No primeiro estudo, a droga fez com que o risco de infarto diminuísse em 31%. Já no segundo, a droga apontou uma queda de 24% no risco de um segundo infarto.
"A pravastatina funciona melhor em idosos. Isso significa que a droga atua com mais eficiência quando o quadro é mais grave. Em pacientes mais jovens, o risco de infarto em quadros com alto nível de colesterol caiu 19%", diz Sachs.
Outro resultado apontado por Sachs é favorável às mulheres. "Homens têm mais risco de infarto. Mas no grupo de pessoas com colesterol considerado na média e que já haviam sofrido um ataque cardíaco a redução de um segundo evento cai para 46% entre mulheres. Para os homens, o risco diminui 24%."

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