São Paulo, sexta-feira, 23 de maio de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

França queria matar todos, diz irmã

ESPECIAL PARA A AGÊNCIA FOLHA EM NATAL

Genildo Ferreira da França morava no distrito de Santo Antônio, a 2 km da sede do município de São Gonçalo do Amarante, na região metropolitana de Natal (RN).
Segundo sua irmã caçula, Rosana França, 18, o irmão era uma pessoa que não tinha amor por ninguém.
A partir da morte do filho Iuri, há dois anos, atropelado por um táxi, França vivia, segundo ela, dizendo que iria matar todo mundo.
Na noite de anteontem, ele chegou à casa da irmã Jeane dizendo que iria matá-la. Rosana afirmou que conseguiu acalmá-lo.
Nesse momento, o irmão mostrou o táxi que ele havia roubado, após matar o motorista, dizendo que havia conseguido arranjar um emprego novo.
Rosana disse que ele abraçou a tia Júlia, a avó Maria e o pai, José Ferreira, despedindo-se deles. Para a irmã, o ex-soldado disse que faria um trabalho perigoso.
Rosana afirmou que há algum tempo ele tinha sido agressivo com a mulher Mônica e chegou a se separar dela. O motivo seria a desconfiança de que a mulher poderia ter um amante.
Segundo Rosana, França tinha uma lista de pessoas para matar, alegando que insinuavam que ele era "boiola" (homossexual).
A irmã acredita que o irmão traficava drogas. De acordo com Rosana, por volta de meia-noite, França pegou o filho Mateus, de dez meses, e o deixou na Casa Maria dos Anjos, dizendo que a mulher Mônica estava doente. Ela acha que, nesse momento, o irmão já tinha matado Mônica.
Camuflagem
O cabo da Polícia Militar José Nilton Oliveira de Lira disse que São Gonçalo do Amarante é uma "cidade tranquila, onde há mais de um ano não acontecia um assassinato".
Segundo o cabo, as ocorrências são sempre "rotineiras", como brigas, problemas com pessoas embriagadas e acidentes de carro.
Lira disse que França era vendedor ambulante. Ele afirmou que "as pessoas que o conheciam dizem que ele era calmo, nunca demonstrou ser uma pessoa má".
Segundo o policial, foi difícil capturar França porque ele tinha curso de camuflagem na selva, feito quando serviu o Exército, mantinha reféns e atirava muito bem.

Texto Anterior: Coincidência; Space shuttle; Clonagem
Próximo Texto: Termina motim de 20 horas no MS
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.