São Paulo, sábado, 24 de maio de 1997 |
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Oposição vê desespero e critica tom de discurso
CARLOS EDUARDO ALVES
O presidente nacional do PT, José Dirceu, entendeu a fala presidencial como uma provocação. "Lembrou os piores tempos da ditadura, e o discurso da ordem é feito para recuperar o apoio da classe média", afirmou Dirceu. Para o petista, a baderna que FHC viu em fala anterior de João Pedro Stedile (MST) está centralizada em outro endereço. "Baderna está na compra de votos e no governo dele", acha. O ex-governador fluminense Leonel Brizola (PDT) diagnosticou desespero e "confusão mental" na retórica do presidente da República. "Fernando Henrique é um presidente fraco e pusilânime, e sua atuação ameaça a estabilidade até da moeda", declarou. Para Brizola, o não de FHC à CPI para investigar a compra de votos ameaça jogar o país numa crise. "Se houvesse mesmo o empenho para apurar, como ele diz que tem, o presidente apoiava a CPI", disse. Fora do campo da esquerda, o ex-governador paulista Orestes Quércia (PMDB) concordou que há um clima de insegurança no país, mas debitou o fato aos governos tucanos. "Os governos federal e de São Paulo são frouxos e permitem que nem se respeite a Justiça", afirmou Quércia. Quércia acrescentou que é contra as invasões de terra e, ainda, que FHC evita a CPI do mercado de votos para poupar Sérgio Motta. "O presidente está tentando encobrir seu sócio e tesoureiro de campanha", declarou. No entender do deputado José Genoino, FHC mostrou "desequilíbrio", e, agora, o PFL está dando o tom do discurso presidencial. Texto Anterior: Temer quer empresários mobilizados Próximo Texto: Esperidião Amin elogia discurso pela autoridade Índice |
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