São Paulo, sábado, 24 de maio de 1997 |
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Acre precisa de mais 1 nome para ter CPI PATRICIA ZORZAN PATRICIA ZORZAN; ABNOR GONDIM
Partidos de oposição na Assembléia Legislativa do Acre conseguiram 7 das 8 assinaturas necessárias para a instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investigue o envolvimento do governador Orleir Cameli (sem partido) no episódio da compra de votos a favor da reeleição. Cameli é acusado pelo ex-deputado Ronivon Santiago (sem partido-AC), em conversa gravada, de dar dinheiro a parlamentares para aprovar a emenda. "Temos sete nomes, e o Sérgio de Oliveira (PMN) garantiu que assinaria na terça-feira, quando serão retomadas as sessões", declarou o deputado Edvaldo Magalhães (PC do B), autor do requerimento que pede a abertura da comissão. Para que a CPI seja imediatamente instalada são necessárias as assinaturas de 8 dos 24 deputados da Casa no documento. Pressão Procurado pela Folha, Oliveira negou ter assumido o compromisso de aderir ao pedido. "Você está sabendo demais. Tenho de acompanhar a decisão do PMN. O partido está pressionando, não posso tomar uma decisão precipitada", disse. Segundo o deputado, o PMN se reuniria no final da tarde de ontem para decidir a respeito do assunto. "Além disso, por que eu iria assinar o requerimento se não há CPI?", perguntou, depois de afirmar que alguns deputados já teriam retirado seus nomes da lista. "A situação é muito difícil aqui. Pessoas assinam pela manhã e retiram seus nomes à noite." Membros do governo iniciaram uma operação para tentar impedir que a oposição consiga a última assinatura. "O Luiz Garcia (PPB, líder do governo) me disse que não íamos passar das sete", afirmou Magalhães. "Mas os nomes que tínhamos ainda estão aqui." Angu Garcia criticou a instauração da CPI, mas não descartou a hipótese de que ela seja constituída. "Por que o Congresso não faz uma CPI para o ministro (das Comunicações, Sérgio Motta) e até para o presidente? Não precisamos de CPI no Acre. É como se diz: onde se faz o angu, come-se. Estão tentando passar o angu para nós." O ministro é citado nas gravações como um dos envolvidos no esquema de compra de votos. O líder do governo disse ainda que acredita na inocência do governador Cameli. "Coloco a mão no fogo por ele. Sua inocência pode ser provada por seus atos." O procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, encaminhou anteontem ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) denúncia contra Cameli, por dispensa ilegal de licitação para obras do Hospital de Base e do pronto-socorro de Rio Branco, em 1995. A denúncia pede a cassação dos mandatos do governador e do deputado estadual licenciado José Raimundo Bestene, atual secretário de Saúde do Acre. Cameli responde a mais cinco inquéritos no mesmo tribunal sob a acusação de praticar crimes de falsidade ideológica, peculato e contrabando. Nomes Os deputados que já assinaram o requerimento são: Edvaldo Magalhães (PC do B), Ronaldo Ribeiro (PT), Nilson Mourão (PT), João Correia (PMDB), Vagner Sales (PMDB), Marcio Bittar (PMDB) e Hamilton Rocha (PFL). Colaborou Abnor Gondim, da Sucursal de Brasília Texto Anterior: Motta agora diz que 'só fala como ministro' Próximo Texto: Amazonino usa ofensa em entrevista Índice |
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