São Paulo, sábado, 24 de maio de 1997
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Fama de homossexual surgiu em briga

DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO GONÇALO DO AMARANTE (RN)

Parentes e amigos de Genildo Ferreira de França afirmam que o boato sobre a sua homossexualidade surgiu durante uma crise conjugal com a mulher, Mônica Carlos de França.
Em setembro de 1995, logo após a morte do filho do casal, Iuri, os dois ficaram separados por cerca de um mês. Neste período, Mônica ficou morando na casa de sua tia Maria das Dores Barbalho.
Segundo a tia declarou à Agência Folha, Mônica lhe disse que havia decidido se separar de França porque estava desconfiando que ele era homossexual. "Ela me disse que tinha o visto conversando de forma íntima com um rapaz."
Segundo Maria das Dores Barbalho, o assunto foi discutido em família e "caiu na boca" do padrasto de Mônica, Baltazar Jorge de Sá. "Toda vez que o Baltazar bebia, saía espalhando que o Genildo era 'fresco"', disse ela.
Genilson Ferreira de França, irmão do assassino, disse que o boato sobre a suposta homossexualidade de França espalhou-se rapidamente pelo distrito de Santo Antônio de Potengi, onde ele morava.
"Todo mundo comentava nas suas costas. Quando ele começou a perceber a fama que tinha, foi ficando revoltado", declarou.
Segundo Genilson, França havia comentado que qualquer dia faria uma besteira. "O Genildo dizia que depois que tinha perdido o filho e a honra de ser homem, ele não tinha mais nada a perder."
Genilson disse que não acreditava que seu irmão pudesse ter tendências homossexuais. "Ele era mulherengo demais e já tinha tido três filhos."
Francisco José de Assis, vizinho de Genildo, afirmou à Agência Folha que as pessoas do distrito faziam comentários quando o assassino se trancava em casa com muitos homens. Segundo ele, França era muito educado e costumava chamar os clientes de sua mercearia de "amor" -qualquer que fosse o sexo do freguês.

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