São Paulo, sábado, 24 de maio de 1997
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Países podem sofrer punições

EUNICE NUNES
ESPECIAL PARA A FOLHA

A Comissão de Prevenção do Crime e Justiça Penal das Nações Unidas (ONU) reune-se todos os anos para debater e apontar formas de combate ao crime.
Dessas reuniões, a comissão tira recomendações que faz aos estados-membros da ONU. Eles não são obrigados a seguir essas deliberações. Mas há uma espécie de sanção econômica para os países que não seguem as orientações.
Segundo o criminalista Damásio de Jesus, representante do Ministério da Justiça na reunião de Viena (Áustria), quem não segue as recomendações tem dificuldades para firmar contratos e convênios de financiamento no âmbito da ONU. Ele informa que o Brasil tem seguido as orientações da comissão. A criação dos juizados especiais criminais está dentro dessa política.
Trata-se de um modelo de Justiça criminal consensual, que privilegia a aplicação de penas alternativas à prisão, tal como vem recomendando a comissão nos últimos anos.
Segundo as estatísticas da ONU, a reincidência fica em torno de 80% para aqueles que já estiveram na prisão. O índice cai para 25% quando se aplicam penas alternativas, tais como multa e prestação de serviços à comunidade.
As legislações penais mais modernas prevêem a aplicação de sanção alternativa em todas as ocasiões em que ela se mostrar suficiente para promover a recuperação social do delinquente e satisfazer as exigências de condenação.

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