São Paulo, terça-feira, 27 de maio de 1997
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Plano tenta recuperar a produção nacional

DA REPORTAGEM LOCAL

Pela primeira vez no país, produtores e representantes da indústria elaboraram um documento em conjunto para reerguer a produção de algodão no Brasil.
O documento foi entregue ao Ministério da Agricultura na semana passada.
O governo já garantiu que a produção de algodão no Brasil passa a contar a partir da próxima safra com um novo mecanismo oficial de comercialização, o Pepe (Prêmio de Escoamento da Produção).
O país deve colheu nesta safra cerca de 300 mil t de algodão. O algodão ocupa hoje a menor área cultivada desde a década de 70 (veja quadro ao lado).
"Pela primeira vez a indústria se juntou aos produtores sem questionar nossas reivindicações", diz Luiz Lourenço, presidente da Cocamar (Cooperativa dos Cafeicultores e Agropecuaristas de Maringá), do Paraná.
Lourenço é coordenador do setor de algodão do Fórum Nacional de Agricultura.
Na opinião de Lourenço, a produção de algodão passa por uma fase de recuperação. "Só não sabemos qual o tipo de ação será tomada para determinar em que velocidade o algodão deve retomar sua produção no país", diz.
Entre as reivindicações dos produtores de algodão, que constam do documento entregue ao governo, está o plano de plantio do produto em um prazo mínimo de cinco anos. "Esse prazo é necessário para que o agricultor possa se interessar pela atividade", diz.
Outra reivindicação é a criação de um mecanismo de comercialização que garanta liquidez e traga confiança para o agricultor investir na cultura.
Os produtores querem também que o governo dê o mesmo tratamento hoje dispensado ao algodão importado ao produto nacional.
Andrew Macdonald, coordenador do comitê de algodão da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil), diz que a importação não é a solução para o país.
Ele acredita que a produção nacional terá um salto na próxima safra.

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