São Paulo, terça-feira, 27 de maio de 1997
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CEI aponta envolvimento de funerárias em desvio de corpos

FÁBIO ZANINI
DA AGÊNCIA FOLHA, NO ABCD

Relatório final de Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Câmara de São Caetano (ABCD) arrolou documentos que comprovam o envolvimento de três funerárias em desvio de cadáveres e falsificação de atestados de óbito.
As conclusões deverão ser votadas na Câmara na próxima terça.
Os vereadores identificaram 17 casos de falsificação em atestados de óbito assinados pelo médico Herbert Martinez, do Hospital Heliópolis, de São Paulo.
"As pessoas morriam no Heliópolis, mas no atestado constava o pronto-socorro municipal de São Caetano", disse Horácio Neto (PT), relator da CEI. As denúncias envolvem as funerárias Migliatti, Oswaldo Cruz e Central.
Segundo Horácio Neto, funcionários das funerárias ficavam de plantão em frente ao Heliópolis e contatavam famílias de pessoas que tinham acabado de morrer. Prometendo facilitar o enterro, eles cobravam uma taxa e desviavam o corpo para São Caetano.
Há indícios de que funcionários do pronto-socorro também participavam das fraudes.
O atestado era falsificado e o corpo era enterrado em São Caetano, o que é ilegal. "Localizamos 61 pessoas mortas em São Paulo e enterradas em São Caetano", afirmou Neto.
Segundo ele, para uma pessoa ser enterrada em São Caetano é preciso que seja residente ou tenha morrido na cidade.
O relatório não encontrou indícios de que tenha havido tráfico de órgãos nos corpos desviados.
Após aprovação na Câmara, as conclusões vão para o Ministério Público.
Procurado pela Agência Folha, Nílton Massih, advogado das funerárias, disse que só vai se manifestar sobre o assunto após tomar conhecimento formalmente das conclusões da CEI.

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