São Paulo, terça-feira, 27 de maio de 1997
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País recebe US$ 12 bilhões em um ano

MARTA AVANCINI
DE PARIS

O volume de investimento direto estrangeiro do Brasil foi de US$ 12 bilhões entre os meses de abril de 96 e deste ano. A cifra foi divulgada ontem pelo ministro da Fazenda, Pedro Malan, em Paris.
Se o ritmo verificado desde o início de 97 se mantiver, o Brasil vai fechar o ano com um volume de investimento externo da ordem de US$ 16 bilhões, estimou Malan.
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) avalia que devem entrar no país US$ 15 bilhões até dezembro deste ano. Malan considera o desempenho positivo.
"O volume está aumentando a cada ano e isso é resultado da maior credibilidade do país no exterior", disse Malan.
Em 96, o Brasil recebeu US$ 9,4 bilhões em investimentos externos. Isso significa quase dez vezes mais que o obtido em 93, quando o país recebeu US$ 900 milhões.
Esse dinheiro resulta principalmente de investimentos feitos por empresas estrangeiras no Brasil.
Malan citou como exemplo de investimentos já realizados a EDF (estatal francesa que comprou a Light), e as montadoras Renault e Peugeot, além de outras empresas do setor de autopeças.
A França foi o segundo país que mais investiu no Brasil em 96, com US$ 970 milhões. Em primeiro lugar, estão os EUA, com investimento da ordem de US$ 1,9 bilhão.
Esse dinheiro entra no Brasil de duas formas -por meio das privatizações e de investimentos de empresas. Cerca de 42% desse total será usado para financiar o custo do déficit da balança, estimado em US$ 12 bilhões em 97.
Segundo Malan, o déficit da balança de pagamentos em 97 deve ser mais alto do que no ano passado, quando ficou em 3,3% do PIB (Produto Interno Bruto).
Os investimentos diretos devem se somar a outras formas de captação no mercado internacional. "Na semana passada fizemos uma oferta de emissão de títulos de 30 anos no Brasil." Ele não quis estimar um resultado da operação.

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