São Paulo, terça-feira, 27 de maio de 1997
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Zagallo admite mudanças na defesa

MARCELO DAMATO
ENVIADO ESPECIAL À NORUEGA

O técnico da seleção brasileira de futebol, Mario Jorge Lobo Zagallo, disse ontem à Folha que não está contente com o setor defensivo de seu time.
Zagallo afirmou que admite até fazer alterações na equipe se ele não observar uma melhoria na marcação durante as próximas partidas (amistoso contra a Noruega, nesta sexta-feira, em Oslo, e Torneio da França, entre os dias 3 e 11 de junho).
"Na parte de criação, a seleção brasileira me agrada muito. Mas, quando destrói, não está bem e precisa melhorar."
Zagallo acrescentou que quer uma equipe que ataque "à brasileira" -com velocidade e toques rápidos- e que defenda "à européia" -marcação rígida, muitas vezes até violenta e, normalmente, de poucos erros.
Conjunto
A preocupação do técnico não é com algum setor específico da seleção, mas com o comportamento de todos os atletas no momento de voltar para marcar.
"Estamos dando espaços que não podemos. Uma das minhas referências é a equipe que ganhou a Copa de 94 (nos EUA). Naquela competição, nenhum time nos ameaçou de verdade", recordou Zagallo.
"A Holanda, que foi quem nos atacou mais, só marcou seus gols em lances de bola parada", acrescentou o treinador.
Na Copa dos EUA, o Brasil derrotou a Holanda por 3 a 2 nas quartas-de-final.
Curiosamente, o gol da classificação brasileira, do lateral-esquerdo Branco, foi feito em uma cobrança de falta.
Meio-campo
Zagallo voltou a rebater críticas dos que pedem Leonardo como segundo homem de meio-campo, para possibilitar a entrada de Djalminha. Nesse caso, Mauro Silva ou Dunga deixariam a equipe.
Segundo ele, se isso acontecesse a equipe ficaria vulnerável na marcação, enfraquecendo ainda mais o ponto considerado como o mais fraco da equipe.
"Eu sei que estou indo no caminho certo. Por isso, não há motivo para fazer uma mudança radical. É só uma questão de ajustes", afirmou o técnico.
Dunga
Sobre Dunga, que voltou à seleção neste semestre e reassumiu a condição de capitão do time, Zagallo disse que ele só não será titular na Copa do ano que vem se não tiver condição física de manter seu nível de jogo.
"Eu me sinto responsável por esse jogador. Quando o Parreira (Carlos Alberto, técnico do Brasil na Copa de 94) assumiu a seleção pela primeira vez (em 83), eu o indiquei. O Parreira não o chamou daquela vez", contou Zagallo.
"Em 91, quando o Parreira voltou, eu insisti de novo. Ele, dessa vez, me ouviu, e todos conhecem o resto da história", completou ele.

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