São Paulo, quinta-feira, 29 de maio de 1997
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Luís Eduardo cobra saída de ministro

Pefelista não quer dividir articulação

WILSON SILVEIRA
COORDENADOR DE EDIÇÃO DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ex-presidente da Câmara Luís Eduardo Magalhães está reavaliando o convite do presidente Fernando Henrique Cardoso para participar do governo.
A Folha apurou ontem que Luís Eduardo tinha aceito o convite do presidente para ser líder do governo na Câmara, no lugar do colega de bancada Benito Gama (PFL-BA), mas FHC ainda não fez a sua parte no acordo.
Na conversa com FHC, na sexta-feira de manhã, antes de Luís Eduardo viajar para a Europa, ficou acertado que o ex-líder do PSDB José Aníbal iria para a pasta de Assuntos Políticos -ministério extraordinário hoje ocupado por Luiz Carlos Santos (PMDB).
Luís Eduardo avalia que seria muito difícil dividir a articulação política do governo no Congresso com Luiz Carlos Santos, principalmente depois da nomeação de outro peemedebista, o senador Iris Rezende (GO), para a Justiça -pasta tradicionalmente ocupada por articuladores políticos.
Anteontem, os líderes tucanos tiveram encontro com FHC para discutir a articulação política do governo, e a troca de Santos por Aníbal não foi concretizada.
Preocupados com um suposto crescimento de prestígio do PFL no governo (por causa do convite a Luís Eduardo), os tucanos trataram apenas da criação de um conselho político.
Luís Eduardo é simpático a essa idéia, mas isso, para ele, não elimina o inconveniente da permanência de Luiz Carlos Santos no comando da articulação política.
O ex-presidente da Câmara deve estar em Brasília na próxima segunda-feira, quando voltará a falar com FHC e definir sua situação.
Se for para a liderança do governo na Câmara, o atual líder, Benito Gama, vai para a presidência da Comissão de Relações Exteriores, hoje ocupada por Luís Eduardo.
O rearranjo no comando político do governo foi iniciado depois que o ministro Sérgio Motta (Comunicações), que liderava as articulações no Congresso, foi citado como responsável pela compra de votos favoráveis à reeleição.
Reforma ministerial
O porta-voz da Presidência, Sergio Amaral, disse ontem que FHC vai fazer uma reforma ministerial até dezembro para substituir os ministros que vão se candidatar às eleições do próximo ano.
"O presidente não fará uma reforma porque quer, mas porque os fatos o obrigam", afirmou.
O presidente não definiu se os futuros ministros serão técnicos ou políticos. "Tudo que tem sido dito é mera especulação, já que o presidente não tomou nenhuma decisão a respeito", disse Amaral.

Colaborou a Sucursal de Brasília

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