São Paulo, quinta-feira, 29 de maio de 1997
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Forra

CARLOS SARLI

"Da próxima vez que eu pegá-lo em uma bateria vai ser para rachar." A ameaça explícita é uma tradução livre do título de um anúncio que a O'neill, patrocinadora do vice mundial de surfe, Shane Beschen, vem veiculando.
O motivo é a diferença entre ele e seu conterrâneo Kelly Slater desde a disputa da final do US Open 96, quando Slater forçou uma interferência (anulando uma nota) sobre Beschen logo na primeira onda.
O que prometia ser o duelo dos melhores do mundo acabou definido em apenas três minutos, frustrando 80 mil pessoas na praia.
A chance de Beschen ir à forra rolou no último domingo na final do Marui Pro. Com as melhores condições da história de um WCT no Japão, a bateria em Torami Beach prometia.
A tensão habitual de uma final foi amplificada. Além da revanche anunciada, Beschen defendia o título do Marui, a grana da premiação foi aumentada este ano (US$ 25 mil para o campeão) e, mais do que tudo, alguém tinha que bater Slater, vencedor de três dos quatro eventos disputados até ali.
O que rolou? Uma escovada de Slater. Venceu mais essa. Quatro em cinco. Abriu mais vantagem sobre o segundo no ranking, Mark Occhilupo, e quebrou o recorde de prêmios no mundial, alcançando US$ 600 mil em seis anos e meio de competição, soma que superou os ganhos de Barton Lynch em 16 anos e meio de carreira. Hoje começa a etapa de G-Land, East Java, Indonésia. Coincidentemente, Slater e Beschen foram os campeões nas duas versões anteriores do Quiksilver Pro. Outra chance de forra.
Terminada a etapa de G-Land, o Tour chega à sua metade. Com o quinto cancelamento do ano, o campeonato de Ilhas Reunião, teremos quase três meses de interrupção. Onda mesmo, provavelmente só em dezembro no Pipe Masters no Havaí.

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