São Paulo, quinta-feira, 29 de maio de 1997
Próximo Texto | Índice

Horda moderna invade SP

ERIKA PALOMINO
COLUNISTA DA FOLHA

Uma nova geração de artistas modernos chega à tona a partir da próxima semana. De segunda-feira até o dia 15 de junho, o evento "Babel" escancara as portas -com entrada gratuita- do que será o futuro Sesc Pinheiros, fechando a programação de outono da instituição.
O local: um velho posto de gasolina junto ao prédio da antiga casa de espetáculos Dama Xoc, na zona oeste de São Paulo.
São 84 os nomes participantes, mas enquanto você lê este texto, o número pode estar crescendo. De braços abertos e fascinada com a explosão de "modernidad", a direção do Sesc continuava fechando pequenas atrações, aqui e ali, como shows de pequenos grupos de rock e de skatistas (leia programação à pág. 5-10).
As atrações começam às 14h e vão até meia-noite. De NY, vêm o grupo de dança Popo and the Gogo Dancers e a brilhante e polêmica Karen Finley, com sua nova e desconcertante performance. Da Europa, chega o primeiro vídeo de Orlan a ser exibido no país. Questionando valores como beleza, estética etc., Orlan se submete a operações plásticas em público. As referências: Vênus e Mona Lisa.
Consagrados pesos-pesados como Gerald Thomas e Zé Celso (em happening de encerramento inspirado na "Buzina do Chacrinha") se juntam aos novíssimos.
Nas duas semanas do evento, as instalações de artes plásticas ficam direto, dando a cara do lugar (leia texto abaixo). Entre os destaques, está o performático Cabelo (selecionado para a prestigiosa Documenta de Kassel, em junho).
Nesse território da imagem, o denominador é o corpo, acompanhando a tendência internacional de repensar a figura humana, de modo contemporâneo e urbano, incluindo política sexual.
Na parte musical, duas vertentes principais: aquela com referências regionalistas do Nordeste, com nova roupagem, junto ao que há de mais fresco na cena da música eletrônica produzida em São Paulo. Manifestações da cena noturna da cidade não foram esquecidas: DJs, drag-queens e top-clubbers ocupam lugar de destaque.
"Não temos preconceito, há várias possibilidades de expressão", dispara Ricardo Fernandes, 37, coordenador da área de teatro do Sesc e diretor do evento, que prefere não revelar custos.

LEIA MAIS mais sobre "Babel" à pág. 5-10

Próximo Texto: Artes dão corpo ao evento
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.