São Paulo, sexta-feira, 30 de maio de 1997
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Prioridade de ministro é dar visibilidade a obras

FRANCISCO CÂMPERA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Uma das principais atribuições do novo ministro dos Transportes, Eliseu Padilha (PMDB-RS), é dar maior "visibilidade"-a pedido do presidente Fernando Henrique Cardoso- ao trabalho desenvolvido em sua pasta.
Para atingir esse objetivo, Padilha vai viajar pelo país, com técnicos, para fiscalizar as obras administradas pelo ministério.
"O governo tem o dever de mostrar à população o que está fazendo com o dinheiro público", disse, em entrevista à Folha.
Político experiente, há 30 anos num único partido (o antigo MDB, hoje PMDB), Padilha disse que vai se responsabilizar apenas pelas obras sob o comando do ministério. "Não posso responder pelos Estados que vão cuidar das obras federais", resguarda-se.
Padilha chegou ao ministério após nove meses de disputa política entre os partidos para obter o cargo.
O orçamento da pasta para 1997, de R$ 5,4 bilhões, explica a disputa que foi travada, principalmente num ano pré-eleitoral.
A verba continua sendo motivo da cobiça dos políticos. Padilha disse que já recebeu "inúmeros" pedidos de deputados da base governista e que vai "analisar todos."
O ministro se gaba de seu tato com políticos. "Tenho experiência com o Executivo." Pelo seu currículo, a afirmação é verdadeira.
Com 51 anos, formado em Direito, Padilha é deputado federal e já foi prefeito de Tramandaí (RS). Também foi secretário de Estado do Trabalho, Cidadania e da Assistência Social no Rio Grande do Sul, na gestão do atual governador, Antônio Britto (PMDB), que o indicou para o cargo.
"Resultados imediatos"
Para reduzir o chamado "custo Brasil", Padilha quer "resultados imediatos" no programa de privatização das rodovias federais e ferrovias.
As hidrovias também vão ganhar espaço na nova administração. Quatro hidrovias estão incluídas no projeto do governo federal. Ele avalia que, especialmente na região Norte, as hidrovias são mais viáveis economicamente.
A prioridade do ministério, diz o ministro, será a modernização dos portos. "Foi um pedido especial do presidente Fernando Henrique. Ele (FHC) tem uma expectativa de uma solução rápida.", afirmou.
Quanto às rodovias federais, o ministro informa que está preparando informações para levar à FHC nesta semana.
Superfaturamento
Padilha disse que não "vai abrir mão" de apresentar sugestões ao programa de governo.
"Levarei alternativas de utilização dos recursos já previstos ou, se for o caso, até a criação de novas fontes de financiamento." Para coibir os superfaturamentos nas obras, Padilha afirma que vai "adotar todas as providências para que os preços das licitações tenham preços justos".

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