São Paulo, sexta-feira, 30 de maio de 1997 |
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Subsídio ao açúcar do Brasil reduz emprego
FERNANDO GODINHO
Os desempregados mantêm dez rodovias "cortadas" para protestar contra a falta de emprego nas fábricas de açúcar. Os fabricantes, por sua vez, reclamam dos subsídios que seus concorrentes brasileiros recebem do governo (calculados em US$ 2 bilhões anuais). Os subsídios fazem o açúcar brasileiro chegar no mercado argentino por US$ 0,26 o quilo, enquanto o quilo do mesmo produto fabricado na região não sai por menos de US$ 0,38. Segundo o Centro Açucareiro da Argentina, a impossibilidade de competir com o açúcar brasileiro está levando as usinas de cana da região de Jujuy a reduzir o número de empregados. Os deputados da Província defendem que o governo federal adote medidas de proteção à indústria local -além da taxa de importação de 20% já aplicada ao açúcar comprado do Brasil. Mas o Ministério da Economia não demonstra interesse em criar dificuldades para a entrada do produto brasileiro na Argentina. Os desempregados da região querem ainda a criação de 20 mil empregos, além de um plano de aposentadorias incentivadas e a concessão de subsídios a quem estiver sem trabalho. Custos Na cidade açucareira de San Pedro de Jujuy, o desemprego atinge 37% dos 60 mil habitantes. Nos últimos dois anos, 40% do comércio local fechou suas portas devido à redução da atividade econômica. A pobreza e o desemprego na cidade levaram a administração municipal a criar programas de fornecimento de alimentos. Os 13 pontos de distribuição gratuita mantidos pela prefeitura custam US$ 46,3 mil mensais aos cofres municipais. A diretora de Assuntos Sociais de San Pedro, Norma Pereira, disse à Folha que 1.900 pessoas são atendidas diariamente pelo programa -10% são velhos e grávidas. Além disso, são distribuídas 525 cestas básicas na zona rural a cada três meses, o que, segundo ela, é insuficiente. (FG) Texto Anterior: Desempregado paga estabilidade argentina Próximo Texto: 'Fogoneros' são jovens de baixa escolaridade Índice |
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