São Paulo, sexta-feira, 30 de maio de 1997
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Termina hoje campanha na Bolívia

País escolhe presidente, deputados e senadores no domingo

MAURO TAGLIAFERRI
ENVIADO ESPECIAL A LA PAZ

Acaba hoje, à meia-noite (1h de sábado de Brasília), a campanha eleitoral para presidente, senador e deputado na Bolívia. O pleito acontece no domingo.
Qualquer forma de propaganda e pesquisa eleitoral passam a ser proibidas a partir de então. A imprensa não pode divulgar resultados de pesquisas de boca-de-urna até as 18h (locais) de domingo.
Alguns candidatos aproveitaram a véspera de feriado, anteontem, para realizar comícios noturnos de despedida, caso do representante do Movimento da Esquerda Revolucionária (MIR), Jaime Paz Zamora, que encerrou sua campanha na praça de São Francisco, no centro de La Paz.
Seu principal adversário, o candidato do Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR), Juan Carlos Durán, realizava, ao mesmo tempo, comício em Santa Cruz de la Sierra (região leste do país).
Durán, no entanto, se despede hoje de seus eleitores, com um ato em La Paz. Não houve manifestações políticas ontem (feriado de Corpus Christi) na capital administrativa do país.
Paz Zamora e Durán lutam pela segunda colocação na eleição de domingo. As pesquisas mais recentes indicam um empate técnico entre seus respectivos partidos, na casa dos 16% cada.
A líder é a Acción Democrática Nacionalista (ADN), que tem como candidato um ex-ditador boliviano, o general Hugo Banzer Sánchez (presidente do país entre 1971 e 78). A legenda conta com cerca de 25% das intenções de voto.
A marca, porém, não deve garantir a vitória ao general. Para ser eleito, ele necessita de 50% mais um dos votos. Assim, irá, com o segundo colocado, para uma espécie de segundo turno, realizado, por via indireta, pelo novo Congresso.
Com isso, as composições políticas se farão necessárias. Entra em cena o quarto colocado nas pesquisas, a Unidad Cívica Solidaried (UCS), cujo candidato, Ivo Kuljis, definido como "independente", detém cerca de 14% da preferência do eleitorado.
Lei
A legislação eleitoral boliviana se assemelha à brasileira. Após a meia-noite de hoje, há proibição de venda e de consumo de bebidas alcoólicas até o encerramento da votação. A lei também veta o porte de armas pelos civis.
Diferentemente do que ocorre no Brasil, há algumas restrições à circulação de veículos motorizados, exceto aqueles autorizados pela Justiça Eleitoral, e o traslado de cidadãos de um domicílio eleitoral a outro.

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