São Paulo, sábado, 31 de maio de 1997
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Polícia ouve suspeitos de crime que envolve filho de governador

CRISPIM ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

O delegado Edson Luis Baldan, que investiga o assassinato do empresário Samek Marek Rosenski, ocorrido em março de 93 na esquina da rua Bandeira Paulista com a avenida Nove de Julho, no Itaim (zona oeste de SP), começa a colher, na próxima semana, os depoimentos dos participantes de uma reunião com Armando Mendes, filho de Amazonino Mendes, governador do Amazonas.
O assassinato do empresário, que era dono da fábrica de relógios Cosmos, foi comentado por Armando em um conversa gravada por Fernando Bonfim, que diz ser testa-de-ferro de Amazonino na empresa Econcel (Empresa de Construção Civil e Elétrica), durante reunião com Alexandre Auad Neto e Júlio Mussa Cury.
"... Esse filho da puta vai acabar morrendo", diz trecho de fala atribuída a Armando. O filho do governador teria dito ainda que a primeira pessoa a chegar ao local do crime foi um segurança seu, que lhe avisou sobre o assassinato.
O segurança teria até mesmo pego uma agenda, na qual constavam os nomes de Amazonino e Armando, no carro do empresário
"Isso é muito estranho. A polícia chegou logo em seguida. Não dava tempo de ele (o segurança) fazer tudo isso", afirmou Baldan.
Segundo o delegado, se Armando se recusar a revelar o nome do segurança, a quebra do seu sigilo telefônico poderá ser pedida.
A primeira pessoa a prestar depoimento será Fernando Bonfim, em data ainda não marcada. O último, provavelmente, deverá ser Armando. Baldan não descarta a possibilidade de ouvir o governador Amazonino Mendes.

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