São Paulo, sábado, 31 de maio de 1997
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Mãe e filha viajavam para parque em SC

DA SUCURSAL DO RIO

O enterro de Luíza Kluppel Pucci e de Cláudia Corrêa Kluppel comoveu as 200 pessoas que estiveram ontem no cemitério São João Batista, despedindo-se de quatro vítimas do desastre ocorrido anteontem na via Dutra.
Luíza era filha de Cláudia, 40. As duas viajavam para o parque de diversões comandado pelo empresário Beto Carrero, em Santa Catarina. Luíza comemoraria os 7 anos completados em fevereiro.
"A Cláudia juntou dinheiro para poder transformar em realidade o sonho da filha querida. Ninguém imaginaria que ocorreria tamanha desgraça", declarou a amiga Maria do Carmo.
A menina foi enterrada às 11h. A mãe, uma hora depois. Cláudia era separada do marido. Ela deixou a filha Renata, 16, do primeiro casamento.
Também foram enterrados no São João Batista (Botafogo, zona sul do Rio) a socióloga Ana Maria Bezerra Cavalcanti, 33, e o antropólogo Luiz Rodolfo Paixão Vilhena, 33.
Ana Maria e Vilhena se casaram há dez anos. Eles iriam passar o feriado prolongado na casa de parentes em Curitiba.
Vilhena era professor na PUC (Pontifícia Universidade Católica) do Rio e na Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro).
O antropólogo Gilberto Velho compareceu ao enterro. Ele foi o orientador das teses de mestrado e doutorado defendidas por Vilhena. "Tenho a convicção que dentro de poucos anos o Rodolfo seria reconhecido como um dos maiores antropólogos do Brasil", afirmou Velho.
A mãe de Vilhena, Sueli Paixão, disse que o casal planejava ter filhos em breve.
Para Sueli Paixão, "só a fatalidade não explica o acidente".
A mãe de Ana Maria, Fabíola Bezerra, viveu drama semelhante em 1990, quando seu filho Maurício foi morto a tiros por um segurança do bar Sagres, na Gávea (zona sul carioca).
"Não sei se vou resistir a dois choques tão fortes. Tinha quatro filhos. Agora só tenho dois", lamentou.

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