São Paulo, domingo, 1 de junho de 1997
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Psicóloga acompanha serviço

DA REPORTAGEM LOCAL

O Disque-Amizade só tem mulheres no trabalho de monitoramento. "Não é de propósito, mas acho que elas têm mais jeito para esse serviço", diz Nelson Carvalho, diretor da empresa em São Paulo.
Para se tornar uma delas, as candidatas passam por um treinamento de uma semana em uma central telefônica para aprender a usar o equipamento. Em seguida, também por uma semana, acompanham o serviço das outras monitoras do serviço na plataforma do Disque-Amizade, junto de uma supervisora. Nesse período, elas são orientadas sobre como e quando devem intervir nas ligações.
O trabalho de monitoramento também é acompanhado por uma psicóloga, que a cada dois meses conversa com as funcionárias.
"Às vezes é difícil não se envolver ou não se abalar com alguma história triste. É muita gente que liga e por diversas razões", diz a supervisora Rosana Barboza, 29.
As monitoras também não podem ficar "estacionadas" em uma conversa. Elas ficam circulando pelos grupos e atendendo os chamados dos usuários que querem reclamar de um colega ou mudar de grupo. "É inevitável ouvir parte da conversa, mas os usuários sabem da existência das monitoras e muitas vezes pedem que elas fiquem no grupo batendo papo", diz Rosana.
Porém o regulamento determina que elas não participem da conversa nem se envolvam com problemas nem com eventuais cantadas na linha. Mesmo assim, às vezes é inevitável. O próprio criador do serviço, Luiz Carlos Bravo, disse que já houve caso de monitoras que se casaram com usuários. "Elas foram 'desleais"', brinca ele.

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