São Paulo, domingo, 1 de junho de 1997 |
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Festa na floresta
MIRNA FEITOZA Em junho, a pequena Parintins (AM) vira sede da maior festa popular do norte do paísUma festa que acontece todos os anos no final de junho no interior do Amazonas é capaz de mudar a rotina do Estado. Não é feriado, mas as escolas e repartições públicas ficam esvaziadas, o comércio em baixa e as indústrias do parque fabril da Zona Franca de Manaus registram faltas significativas. O motivo é a realização do Festival Folclórico de Parintins, onde reinam -absolutos- os "bois" Caprichoso e Garantido. A festa acontece sempre nos dias 28, 29 e 30 de junho e leva à cidade -que tem pouco mais de 60 mil habitantes- cerca de 40 mil visitantes, principalmente vindos de Manaus e da região Norte, além de turistas do exterior e de outras localidades do país. Durante três noites, Caprichoso e Garantido se apresentam no Bumbódromo -arena construída em 88, especialmente para abrigar a festa, com capacidade para 35 mil espectadores. Para a arena, cada um dos bois arrebanha consigo cerca de 2.500 componentes em um desfile que lembra, para o leigo, o carnaval. O espetáculo representa mitos e lendas amazônicos, misturados a elementos do tradicional bumba-meu-boi do Maranhão, da cultura indígena e da vida do caboclo do Amazonas. As músicas, chamadas de toadas, surgem de sons extraídos de instrumentos indígenas e andinos. As coreografias são marcadamente inspiradas em passos de danças indígenas. A história Apesar de toda essa miscelânea cultural, a base do enredo mostrado na festa é igual às demais brincadeiras de boi do folclore brasileiro. Mãe Catirina está grávida e tem um desejo: comer língua de boi. Para satisfazer o desejo de sua esposa -e com medo de seu filho não nascer saudável-, Pai Francisco mata o boi de seu amo. Ao descobrir a morte do boi e com a ajuda de índios, o amo resolve prender Pai Francisco. Depois de sofrer muito, ele é salvo pelo padre e pelo pajé. Além de salvar Pai Francisco, o padre e o pajé conseguem a façanha de ressuscitar o boi. Com esse enredo, desde o início do século a tradição do boi de Parintins emociona e divide a cidade em dois lados -do lado azul e branco, os simpatizantes do boi Caprichoso. Do lado vermelho e branco, os do Garantido. Quem vai ao festival, não volta sem escolha. A cidade Parintins está localizada à margem direita do rio Amazonas, a 420 quilômetros a leste de Manaus (por via fluvial). A vegetação é formada por floresta de várzea e terra firme. Aos arredores, lagos, ilhotas e uma pequena serra. A temperatura média é 35ºC. Como não possui infra-estrutura hoteleira suficiente, a maioria dos visitantes fica hospedada em barcos. O padrão varia de acordo com o que o bolso pode pagar -de barcos regionais a iates de luxo. Alguns moradores alugam suas casas. Para suprir a falta de hospedagem, o governo estadual abriu uma linha de crédito para financiar a construção de mais 200 cômodos nas casas dos moradores. Os moradores interessados devem ter casa própria e recebem R$ 10 mil para construir e mobiliar dois cômodos em suas casas. A liberação do financiamento depende de critérios de infra-estrutura das casas. ACESSO Partindo de Manaus, é possível chegar a Parintins de barco (18h de ida, descendo o rio, e 36h de volta, subindo o rio) ou avião (uma hora). SERVIÇO Amazon Vip: pacotes a partir de R$ 1.104,00 para duas pessoas, passagens de barco (Manaus/Parintins), alimentação e hospedagem durante a festa, tel. (092) 663-2263. Cabloca Turismo: pacotes a partir de R$ 800,00 por pessoa, incluindo passagem aérea no trecho (Manaus/Parintins/Manaus), hospedagem e café da manhã, tel. (092) 633-4135. Nesses pacotes, não está incluído o trecho aéreo São Paulo/Manaus/São Paulo. O mais barato é R$ 546,60, pela Vasp, tel. 0800-998277 Texto Anterior: Eu preciso emagrecer? Próximo Texto: Linguagem do festival Índice |
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