São Paulo, sábado, 7 de junho de 1997
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Denúncia envolve fábrica que será comprada para sem-terra

Donos da empresa teriam obtido um empréstimo irregular

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA; DA REPORTAGEM LOCAL

A fecularia de mandioca Larreina, que será adquirida pelo governo por R$ 2,5 milhões para atender sem-terra no Pontal do Paranapanema (extremo oeste de São Paulo), teria sido usada por 13 servidores do Banespa em 91 para a prática de um empréstimo irregular.
A denúncia foi apresentada em 95 pelos procuradores da República em São Paulo Luís Roberto Gomes e Tarcísio Henriques Filho.
Segundo os procuradores, o empréstimo feito aos donos da empresa, de R$ 1,5 milhão, havia recebido parecer contrário da agência do Banespa em Sandovalina (SP). Mais tarde, foi efetivado devido a "pressões superiores".
A compra da fecularia (empresa que trabalha com farelo de mandioca) foi aprovada ontem pela Comissão Nacional do Procera (Programa de Crédito Especial para a Reforma Agrária), após pedido encaminhado por José Rainha Jr., líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais) no Pontal.
O diretor de Assentamento do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), Aécio Gomes Mattos, disse que a denúncia e as dívidas dos donos da fecularia com o banco não prejudicarão as negociações.
Segundo ele, para viabilizar a compra, o Banespa decidiu reduzir de R$ 6 milhões para R$ 1,5 milhão a dívida resultante do empréstimo feito em 91.
O Banespa, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que os sócios da Larreina não pagaram o empréstimo, e, desde 94, pede o pagamento na Justiça. Além disso, não emitiu opinião sobre as supostas irregularidades.

Colaborou a Reportagem Local

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