São Paulo, sábado, 7 de junho de 1997 |
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Dobra número de usuários de lotação
FABIO SCHIVARTCHE
Em abril deste ano, 8% dos 3.000 entrevistados disseram que usam as peruas pelo menos três vezes por semana. Em novembro de 1996, eram apenas 4%. Segundo cálculos do presidente da entidade, Rogério Belda, usam as peruas na região cerca de 500 mil peruas. Só na cidade de São Paulo devem ser, no mínimo, 400 passageiros habituais. O levantamento foi feito pelo Instituto Gallup com cerca de 3.000 adultos. Cada entrevistado foi questionado sobre que tipo de transporte usa habitualmente. Para Belda, o número encontrado é surpreendente. "É um crescimento muito rápido do setor, que revela uma tendência de proliferação do transporte informal na região", diz. Em Osasco, por exemplo, há muitos taxistas que trocaram seus carros por peruas, afirma Belda. "Assim como em São Paulo, a maioria dos lotações do município é ilegal, mas compensa financeiramente correr esse risco." Segundo a São Paulo Transporte S/A (empresa que gerencia o sistema de ônibus na capital), os lotações "roubam" cerca de 300 mil passageiros por dia dos ônibus -cuja avaliação pela população caiu (leia texto ao lado). Na capital, apenas 2.100 perueiros estão regularizados. Outros 1.200 estão inscritos aguardando a legalização, mas há cerca de 3.000 que operam irregularmente. Como são ilegais, podem trafegar nas regiões mais adensadas (bairros com população maior) e não cumprem roteiros que não trazem retorno financeiro -trajetos que as empresas de ônibus regularizadas são obrigadas a fazer. Outra vantagem dos perueiros é a liberdade de horário para trabalhar -as empresas têm de respeitar escalas rígidas. As peruas também conseguem ser mais rápidas e ágeis que os ônibus, levando muitas vezes o passageiro até a porta de sua casa ou trabalho. "Com as peruas tirando passageiros de outros setores, o custo de operação dos ônibus, por exemplo, aumenta", diz Belda. O preço da passagem dos ônibus da capital aumenta hoje para R$ 0,90 (leia texto abaixo). "Os lotações dão mais conforto e privacidade. As empresas de ônibus precisam atender a classe média com uma política de qualidade diferenciada", afirma Belda. Até ontem, já haviam sido apreendidas cerca de 2.300 peruas ilegais na capital -são retidos, em média, 50 veículos de lotação por dia. A multa é de cerca de R$ 600. Texto Anterior: Detetive morre ao tentar assaltar taxista; Grupo Gay da Bahia denuncia ameaças Próximo Texto: Ônibus piora, diz pesquisa Índice |
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