São Paulo, sábado, 7 de junho de 1997
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Testemunha afirma ter visto pano sobre índio

BETINA BERNARDES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Surgiu ontem uma testemunha no caso do pataxó Galdino Jesus dos Santos afirmando ter visto um "pano" sobre o índio na noite em que ele foi incendiado.
O pedreiro Clério Silva, 69, depôs ontem no Tribunal do Júri de Brasília como testemunha de defesa de Eron Chaves de Oliveira, 19, um dos acusados do crime.
O índio morreu no dia 21 de abril em consequência de queimaduras provocadas enquanto dormia em ponto de ônibus de Brasília.
Silva trabalhou como pedreiro para o pai de Eron há oito anos. Ele afirmou que, na madrugada do dia 20 de abril, cerca de 2h45, teve um "pico de pressão" arterial e saiu para comprar remédio.
Silva diz que, após tomar o remédio e melhorar, resolveu passear pela avenida W3 para tentar "arrumar alguém" para transportar até São Sebastião. "Faço isso muitas vezes, cobro dinheiro para pagar a gasolina", contou. Às 4h, ele passou pelo ponto em que o pataxó dormia. "Buzinei três vezes. Vi que ele tinha um pano escuro cobrindo da cintura para baixo. Como ele não acordou, fui embora."
A ausência do cobertor seria um agravante no fato, uma vez que o álcool e os fósforos teriam sido jogados diretamente nos pés ou sobre a calça da vítima.
Foram ouvidas ontem 29 testemunhas de defesa no caso. Todas declararam que Eron, seu primo Tomás Oliveira de Almeida, 19, Max Rogério Alves, 19, e Antônio Novély Vilanova, 19, são rapazes educados e calmos e que jamais causaram problemas.

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