São Paulo, sábado, 7 de junho de 1997
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País vetará a inclusão de cláusula social

DA REPORTAGEM LOCAL

O governo brasileiro não aceitará a inclusão da chamada cláusula social nas negociações para a criação da Alca. A cláusula social permite a imposição unilateral de sanções econômicas aos países onde as condições de trabalho desrespeitem as regras internacionais.
A proposta, defendida pela direção da Organização Internacional do Trabalho (OIT), prevê a criação do "selo social", uma espécie de etiqueta ou certificado a ser concedido a cada produto comercializado no mercado mundial.
O embaixador José Botafogo Gonçalves, do Itamaraty, afirmou que a preocupação dos Estados Unidos com a cláusula social é de caráter protecionista.
"Ainda não se encontrou a fórmula para aplicar a cláusula social e ela pode ser vinculada a intenções protecionistas", afirmou.
O governo brasileiro afirma ter interesse no estabelecimento de normas de proteção ao trabalho.
Segundo Teixeira da Costa, o país precisa ampliar a pauta de exportações. "Precisamos ver quais são os setores competitivos ou possíveis de se tornarem competitivos. Precisamos de uma política industrial coordenada pelo governo para ampliar as exportações."
Ganhar tempo
Apesar da oposição entre Estados Unidos e Brasil nas negociações sobre o início da Alca, os dois países ainda não têm condição de decidir sobre a questão.
A avaliação é do professor José Augusto Guilhon de Albuquerque.
Segundo ele, o governo brasileiro não tem como definir a questão enquanto persistir o desequilíbrio nas contas externas e a dúvida sobre as causas desse desequilíbrio.
"Ampliar o livre comércio para a maior economia do mundo é uma dificuldade; daí a necessidade de ganhar tempo", afirmou.

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