São Paulo, domingo, 8 de junho de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Newman estará na "Videoteca Folha"

"O Indomável" é próximo lançamento da coleção

DA REDAÇÃO

"O Indomável" -próximo lançamento da "Videoteca Folha", que estará nas bancas no dia 15 de junho- é obra de uma equipe ilustre. O diretor Robert Benton ganhou o Oscar de melhor filme e direção por "Kramer vs. Kramer" (1979). Paul Newman recebeu o prêmio de melhor ator em 1986, por "A Cor do Dinheiro".
O filme ainda tem no elenco principal nomes de destaque, como Jessica Tandy (outra ganhadora do Oscar, por "Conduzindo Miss Daisy", de 1989), Bruce Willis e Melanie Griffith.
Tudo isso talvez fosse pouco, caso Robert Benton também não fosse um grande roteirista, que tem em currículo desde o policial "Uma Rajada de Balas" (Bonnie & Clyde), de 1967, até uma comédia como "Essa Pequena É uma Parada", de 1972, obras que marcaram época e se tornaram clássicos do cinema americano.
Novamente Benton usou sua habilidade de roteirista para contar a história de Donald Sullivan, um homem de 60 anos que vive na pequena cidade de North Bath.
Sully, como é chamado, é um homem excêntrico, cuja vida parece feita de sucessivas perdas: a casa paterna, a mulher, o filho, o trabalho -tudo ficou pelo caminho.
Mas seria enganoso vê-lo como um perdedor. Sully é o pivô de uma trama em que o diretor Benton expõe com delicadeza a vida de um grupo de personagens da cidadezinha de North Bath.
Nesse sentido, Benton mostra-se bastante crítico em relação aos Estados Unidos. Essa visão parece sintetizada na frase de Carl Roebuck (Bruce Willis), o empresário picareta para quem Sully presta serviços, ao fim de um processo judicial: "A América é um grande lugar. Onde mais um rábula aleijado falaria como um juiz?"
Assim como ataca criativamente a hipocrisia da vida americana -ao mostrar um grupo de personagens que podem ter lá seus defeitos, mas não são hipócritas- Benton procura criar uma trama essencialmente construtiva.
Partindo de um homem fracassado -segundo os padrões sociais- "O Indomável" ilustra o quanto esses padrões são relativos.
Mas é ao atacar o preconceito contra idosos que o filme mostra-se mais incisivo e generoso.
Para Donald Sullivan, a vida começará ali onde, para o senso comum, ela não tem mais nada a oferecer: após os 60 anos. Essa será a idade das descobertas, em que todo o passado, as perdas e frustrações, revertem em autoconhecimento e possibilidade de nova relação com o mundo.

Texto Anterior: ACM envia carta com ataques a Itamar
Próximo Texto: Colecionador tem serviço de atendimento
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.