São Paulo, domingo, 8 de junho de 1997 |
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Protótipo já circula em cidades alemãs
ROGÉRIO GENTILE
Silencioso como um tróleibus, o Nebus praticamente não libera poluentes. Enquanto o ônibus a diesel libera 540 mg/km de monóxido de carbono, o Nebus produz apenas 5 mg/km. O maior empecilho para o seu uso comercial a curto prazo é o preço. O Nebus custa cerca de R$ 3 milhões, segundo a direção da empresa alemã. O seu uso será viabilizado apenas quando for possível comercializar o veículo a R$ 300 mil. A previsão é que isso ocorra em cinco anos. O veículo, desenvolvido em parceria com a empresa canadense Ballard, é um pouco diferente do modelo pretendido pelo Brasil. No Nebus, o hidrogênio é produzido a partir do metanol, dentro do veículo (no caso brasileiro, o ônibus é abastecido diretamente com hidrogênio). O principal motivo é o fato de o hidrogênio custar muito mais caro na Alemanha do que no Brasil. Aqui, segundo a física Marieta Mattos, consultora do Ministério das Minas e Energia, o gás é mais fácil de ser produzido. "As nossas usinas elétricas são ociosas no período noturno, o que facilita a produção de hidrogênio", diz. Klaus-Dieter Võhringer, responsável pela área de investigação técnica da multinacional, diz que os cilindros de hidrogênio ocupam muito espaço no veículo, o que diminuiria a autonomia (distancia que pode percorrer sem abastecer) do ônibus. Para produzir o hidrogênio, o metanol é quebrado por catalisadores numa câmara de reação. A reação separa o hidrogênio (H2) do dióxido de carbono (CO2), que é eliminado em baixa quantidade na atmosfera (bem menores do que o liberado pelos motores a gasolina e diesel). "Isso não tira o mérito do sistema, que continua sendo um salto espetacular em termos de qualidade de vida", diz a consultora Marieta Mattos. Depois disso, o modelo é igual ao brasileiro: o hidrogênio é combinado com o oxigênio do ar, produzindo água e energia (que faz o motor elétrico funcionar). O rendimento do motor do Nebus é maior que o do ônibus comum (30% contra 17%). O novo ônibus perde, porém, na questão da autonomia. O ônibus a diesel roda 600 km sem precisar abastecer, enquanto o Nebus percorre 250 km. Texto Anterior: Ônibus de SP usarão combustível da Nasa Próximo Texto: Novo projeto prevê carro que dispensa o motorista Índice |
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