São Paulo, domingo, 8 de junho de 1997
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Perfis opõem tradição e ousadia

DA REPORTAGEM LOCAL

Na disputa pela Fiesp em 98, vão se enfrentar dois candidatos à presidência tão diferentes como a água e o vinho.
Parecem só ter uma coisa em comum: adoram música. Horácio Lafer Piva, 40, toca clarinete e Joseph Couri, 45, trompete.
Couri é sócio de uma empresa média, a Mecânica Balancins, e de uma pequena, a Mirex.
A Klabin, de Piva, é uma das grandes e tradicionais empresas brasileiras. A família Lafer Piva faz parte da tradição paulistana.
Couri nasceu nos EUA e se naturalizou brasileiro. Chegou ao país com quatro anos. "Me naturalizei, por questão de amor à pátria, em 89, quando empresários diziam que iam deixar o país", alfineta Couri.
Faz alusão à declaração do ex-presidente da Fiesp Mario Amato, de que 800 mil empresários sairiam do Brasil caso o então presidente do PT, Lula, ganhasse as eleições presidenciais.
Nas entidades
Couri começou sua carreira sindical na Sinfesp (sindicato da fundição), em 76. Foi um dos fundadores do PNBE e logo passou a atuar no Ciesp.
Criou o Simpi em dezembro de 88. Com força de vontade, personalidade forte e sempre disposto a travar batalhas para defender suas posições, Couri teve de lutar, até na Justiça, para entrar na Fiesp.
Os sindicatos da casa, em nome da unicidade sindical, alegavam que o Simpi avançava em suas bases. Couri foi salvo por acordo, em 94, com Carlos Eduardo Moreira Ferreira.
Já Piva entrou na Fiesp pela porta da frente: substituiu o pai, Pedro Piva, há 11 anos, na gestão de Mario Amato. Tem um estilo mais calmo, cauteloso e exibe um raciocínio sofisticado.
Pedro Piva é do PSDB e chegou a substituir o senador José Serra. Sérgio Magalhães, da Abimaq/Sindimaq, já partiu para o ataque por conta disso. "Com Piva, a Fiesp será submissa ao governo", diz ele.
Piva também vai ouvir muitas críticas por sua idade. Opositores dizem que ele é muito jovem e inexperiente para o cargo.
Mas Piva pode reverter isso a seu favor, como fez José Eduardo Bandeira de Mello, da Abifarma, um dos seus mais entusiastas apoiadores. "Ele é jovem e tem força e por vai fazer as mudanças que a Fiesp precisa."
Couri será acusado de "alheio à industria paulista" e personalista demais para permitir a participação e influência das diversas grupos políticos que atuam no interior da Fiesp.

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