São Paulo, domingo, 8 de junho de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ONU pede que Israel pague por prejuízos de ataque no Líbano

Decisão é inédita e se refere a ação em Qana, que matou 105

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

As Nações Unidas, em decisão inédita, decidiram que Israel deve pagar US$ 1,7 milhão por danos causados em bombardeio sobre um base do órgão no Líbano que abrigava refugiados.
O quinto comitê da Assembléia Geral da ONU, responsável pela área de finanças, adotou resolução em votação na qual exorta o governo israelense a pagar pelos danos causados no bombardeio à base de Qana (sul do Líbano), em 18 de abril de 1996, que matou 105 pessoas.
Só Israel e Estados Unidos votaram contra a resolução -107 países a aprovaram e 3 se abstiveram. A resolução ainda tem de ser aprovada pela Assembléia Geral em sessão plenária. A aprovação deve ocorrer.
O ataque a Qana foi reflexo da crise interna desencadeada em Israel pelos avanços no processo de paz com palestinos. Em 4 de novembro de 1995, o premiê Yitzhak Rabin, que deu início ao processo de paz, foi assassinado por um extremista judeu. Rabin foi substituído por Shimon Peres.
Os avanços no processo de paz acirraram as tensões. No início de 1996, 60 pessoas morreram em ações terroristas praticadas em Israel.
A popularidade de Peres despencou. Pressionado pela proximidade das eleições (elas se realizariam na metade do ano -e Peres deveria concorrer), o premiê ordenou uma retaliação ao sul do Líbano. O local foi a base do grupo guerrilheiro Hizbollah (Partido de Deus), um dos acusados pelos constantes atentados em Israel.
Durante o mês de abril, dezenas de civis foram mortos e meio milhão de libaneses fugiram.

Texto Anterior: Vestidos de Diana agitam Londres
Próximo Texto: Incêndio em templo hindu do sul da Índia mata 50 e fere 100
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.