São Paulo, segunda-feira, 9 de junho de 1997 |
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O jovem Guga é o novo ídolo brasileiro
THALES DE MENEZES
"Será que foi sorte?" foi uma pergunta muito repetida na semana passada. Não, não foi sorte. Tecnicamente, Kuerten apresentou o melhor jogo entre os 128 tenistas que disputaram o torneio. Sua principal característica é atacar o adversário o tempo todo, ou seja, obrigá-lo a se deslocar de um lado para outro da quadra. Para isso, bate forte todas as bolas, notadamente o backhand (golpe dado na bola quando ela vem à esquerda do corpo dos tenistas destros ou à direita dos canhotos). Jogando agressivamente, Kuerten surpreendeu tenistas mais experientes. Historicamente, o piso de terra do torneio francês, que diminui a velocidade da bola, favorece tenistas que jogam com paciência, sem arriscar, trocando bolas à espera do erro do adversário. O brasileiro é diferente, tenta forçar o erro do rival. Com 1,91 m, procura acertar a rebatida bem no alto, "cortando" as bolas para trajetórias rasantes, que muitas vezes parecem que vão bater na rede, mas acabam passando. Psicologicamente, isso abala o adversário. Todas as suas vítimas em Roland Garros comentaram a capacidade de o brasileiro executar golpes "impossíveis" -palavra usada pelos craques Thomas Muster e Yevgeny Kafelnikov. A história está repleta de jogadores que, depois de um campeonato brilhante, não conseguiram cumprir a expectativa de novas glórias. O próprio Brasil engrossa essa lista, com Jaime Oncins. Ele chegou até as oitavas-de-final em Roland Garros-92, derrotando até o ex-número 1 Ivan Lendl. Depois, nunca repetiu as boas vitórias. Kuerten parece ter munição para ir mais longe. Precisa ter personalidade e continuar na dele, jogando descontraído contra os melhores do mundo para, quem sabe, se firmar entre eles. Texto Anterior: Cuidado com o que se fala por aí sobre ejaculação precoce Próximo Texto: Família foi fundamental para a carreira Índice |
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