São Paulo, segunda-feira, 9 de junho de 1997 |
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Vencer fobia é recompensa
ISABELLE SOMMA
Subir 57 metros em um cabo de aço, no meio da poluída marginal Tietê, e ficar balançando com vista para o rio... Nãããooo!!!! Mas fui. Enquanto era içada, senti tremores em cada osso do meu corpo. Tinha certeza de que os cabos não estariam devidamente presos. Pensei na dor que sentiria ao me estatelar no chão. "Não olhe para baixo, olhe de lado", disseram. Simplesmente não olhei. Lá em cima fechei os olhos, tremi, disse palavrões, implorei para ser solta. O fim do tormento veio logo. A velocidade da queda deve ter sido de 120 km/h. A sensação é de um enorme vazio dentro de si. É seu corpo e a gravidade. Aguardei uma parada brusca. Mas que eternidade! Ao fim da queda, o pêndulo balança, para frente e para trás. Eu não morri! Soltei os braços e meu grito mais profundo. Voei na marginal. Continuei gritando, sem saber o porquê. Saí tremendo, mas com vontade de voltar (que durou pouquíssimo tempo). Esse salto entrou para minha lista de pequenas vitórias: torre Eiffel, estátua da Liberdade, Sky Coaster. Texto Anterior: Medo começa antes do pulo Próximo Texto: EUA devem bater recorde de visitas em 97 Índice |
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