São Paulo, terça-feira, 10 de junho de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Ala governista quer enfrentar Quércia

Grupo cobra definição sobre apoio a FHC

LUCIO VAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O grupo do PMDB de São Paulo aliado a Fernando Henrique Cardoso vai enfrentar o ex-governador Orestes Quércia e forçar uma decisão nos próximos meses sobre a posição do partido em relação ao governo federal.
Lideram o grupo os deputados Michel Temer, Alberto Goldman e Aloysio Nunes Ferreira e o ministro Luiz Carlos Santos (Assuntos Políticos). Santos chegou a avaliar a possibilidade de deixar o PMDB, devido ao cerco de Quércia no Estado.
Os três deputados acham que têm forças para negociar uma saída política com o ex-governador. Paralelamente, trabalham na Câmara para incluir na nova lei eleitoral um dispositivo que garanta a candidatura nata (de quem já é deputado).
Temer está negociando diretamente com Quércia e articula com a cúpula do partido a antecipação da eleição dos diretórios estaduais para julho.
A Executiva Nacional prorrogou os mandatos dos diretórios até maio do próximo ano.
Os líderes do PMDB na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA), e no Senado, Jader Barbalho (PA), e o senador José Sarney (AP) estão negociando a antecipação das eleições com o presidente do partido, Paes de Andrade (CE).
O deputado José Pinotti também enfrenta problemas com Quércia no Estado, mas vive uma situação diferente da dos demais deputados. Ele integra o grupo peemedebista que faz oposição a FHC no Congresso.
Malufar
Goldman disse que ninguém pensa em deixar o PMDB, mas confirmou que o grupo está em dificuldade dentro do partido: "Temos que definir com que discurso vamos entrar na campanha, de apoio ou de oposição ao governo."
Ele acrescenta que pode surgir um agravante no Estado: "E se o Quércia decidir apoiar o Maluf? Isso é algo insustentável para mim. Não posso ficar num barco que possa malufar".
A solução do impasse estaria próxima, segundo Goldman: "Não estou falando em sair. Dependendo da resolução do Conselho Político ou da Convenção Nacional. Isso se decide antes de 3 de outubro."
A assessoria de Temer informou que o presidente da Câmara está negociando uma saída política com Quércia e não pensa em deixar o PMDB.
Pinotti disse, por meio da sua assessoria, que pretende ficar no partido, até porque teria legenda garantida pela nova lei eleitoral.

Texto Anterior: PSDB pretende profissionalizar sua estrutura
Próximo Texto: PFL discute candidatura em S. Paulo
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.