São Paulo, terça-feira, 10 de junho de 1997 |
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Petista afirma que recontrataria Cpem Líder na Câmara vê 'campanha orquestrada' DA REPORTAGEM LOCAL O líder do PT na Câmara dos Deputados, José Machado (SP), afirmou ontem que, se fosse preciso, assinaria novamente contrato com a Cpem (Consultaria para Empresas e Municípios), acusada de ter sido favorecida por prefeituras do partido com contratações sem licitação.Machado, que ontem prestou depoimento à comissão de sindicância do PT que apura as denúncias, foi responsável por um contrato com a Cpem em sua gestão como prefeito de Piracicaba (89/92). "Se soubesse que (o contrato) traria vantagens para a cidade e tivesse respaldo legal, assinaria de novo", declarou. Segundo ele, o trabalho da Cpem resultou em um "pequeno" acréscimo na cota-parte do município sobre a arrecadação do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). "Foram R$ 120 mil de acréscimo. A Cpem receberia R$ 23 mil por isso. Mas eu só paguei cerca de R$ 3 mil. O resto ficou para a outra administração." O líder negou pressões do PT para que a empresa fosse favorecida. Afirmou ainda que entregou à comissão pareceres favoráveis do Tribunal de Contas de Goiás, de São Paulo, e da Fundação Faria Lima sobre o contrato. "Não tinha porque não assinar, se gente inidônea recomendou que eu fizesse isso". O deputado afirmou que o partido pretende "pressionar" para que a Justiça se pronuncie logo sobre o caso. "Não tem cabimento entrarmos na eleição com nossos inimigos estampando isso. A Justiça deve dizer se houve imoralidade, enriquecimento. Isso não vamos aturar" Na avaliação do líder, tudo não passa de uma "campanha orquestrada" contra o partido. "O presidente Fernando Henrique quer disputar a eleição sozinho, quer anular a oposição usando formas espúrias ou não." Criticou o autor das denúncias, Paulo de Tarso Venceslau, que acusa o advogado Roberto Teixeira, compadre de Luiz Inácio Lula da Silva de intermediar as negociações. "Ele causou prejuízos a mando sabe-se lá de quem. Se de FHC, de Sérgio Motta (ministro das Comunicações) ou de algum podre poder." Diadema Depois de depor à comissaõ, o deputado José Augusto Ramos, ex-prefeito de Diadema, afirmou que o contrato feito por ele com a Cpem resultou em um aumento "significativo" da arrecadação do ICMS. "Não houve tráfico de influência. FHC habilmente foi buscar denúncias que sabe que não existiram. É cortina de fumaça." Ramos admitiu que Teixeira é seu advogado. "Ele é amigo de todo petista de São Bernardo". Texto Anterior: Crítica a Lula acirra divisão interna do PT Próximo Texto: Prefeitura vê sinais de fraude Índice |
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