São Paulo, terça-feira, 10 de junho de 1997
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Seleção teme perder o prestígio

RODRIGO BERTOLOTTO; RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

A atuação pouco convincente do Brasil no Torneio da França aumentou a responsabilidade da seleção na Copa América. Jogando com seu time principal, a cobrança no caso de um novo fracasso será grande. Zagallo correria o risco de ter seu trabalho questionado a menos de um ano da Copa do Mundo da França.
Para o técnico brasileiro, o torneio continental é quase uma questão de honra. Desde que assumiu a seleção, Zagallo perdeu os principais títulos que disputou: a Olimpíada de Atlanta, a Copa América, a Copa Ouro e o Torneio da França.
O Brasil vem se mantendo na liderança do ranking da Fifa devido às vitórias conquistadas em amistosos contra frágeis seleções. Nas vezes em que enfrentou rivais mais qualificados, como Itália, França, Holanda e Rússia, o time não conseguiu vencer.
Novos tropeços neste mês de junho podem não só tirar o Brasil da primeira posição no ranking das seleções, como também abalar de vez o prestígio da equipe.
O grande trunfo da seleção na Copa América é a dupla de ataque formada por Ronaldinho e Romário. Djalminha, Giovanni, Leonardo e Denílson têm se alternado nas últimas partidas como armadores.
Mauro Silva e Dunga, mesmo mostrando queda de rendimento, seguem como cabeças-de-área preferidos de Zagallo.
Na defesa, tetracampeões, como o goleiro Taffarel e o zagueiro Aldair, também mantém seu prestígio junto ao treinador.
Estimulado com a possibilidade de vencer pela primeira vez a Copa América fora de casa, o time brasileiro não encara a competição, como em outros tempos, como um mero laboratório.
O torneio, porém, poderá definir quem irá atuar como "um" -o jogador que liga o meio-campo ao ataque- no esquema de Zagallo.
O favoritismo no Grupo C é todo da seleção, pois os três adversários da primeira fase não contarão com seus principais jogadores.
A estréia é contra a modesta Costa Rica. O segundo jogo é contra o México, que apanhou de 4 a 0 na última vez que enfrentou o Brasil. A Colômbia, com um time bastante renovado, é a terceira rival.
(RB e RBu)

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