São Paulo, terça-feira, 10 de junho de 1997
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EUA seguem tradição de desistências

RODRIGO BERTOLOTTO; RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Com a renúncia dos Estados Unidos, a Copa América volta a conviver com as desistências e deserções, que marcaram as seis primeiras décadas de existência da competição.
O selecionado norte-americano não participa alegando ter problemas internos (fracasso financeiro de sua liga, a Major League Soccer) e de calendário (datas das eliminatórias para Copa do Mundo de 1998).
Os Estados Unidos foram bem na última edição, terminando no quarto posto e colhendo uma vitória histórica sobre a seleção argentina na primeira fase.
A partir dos anos 70, a competição contou com a presença assídua das dez associadas à CSF (Confederação Sul-Americana de Futebol).
E, em 1993, na 36ª edição, ainda somou dois outros convidados, da América do Norte.
Essa regularidade não acontecia antes. O torneio começou em 1916 com o quarteto formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Chile.
Na quinta copa, em 1921, o Chile inaugurou onda de deserções, coisa que se repetiu em 1923, 1925 e 1929.
Daí por diante, multiplicaram-se as ausências na Copa América.
O Brasil ficou de fora por decisão própria nove vezes: 1924, 1926, 1927, 1929, 1935, 1939, 1941, 1947 e 1967.
A Argentina não se apresentou em 1939, 1949 e 1953.
O Uruguai faltou em duas oportunidades: em 1925 e 1963.
O Paraguai se ausentou em 1927, 1941 e 1945.
Os surtos de isolamento se juntaram aos abandonos de campeonato pelo meio.
Foi o caso da equipe uruguaia que deixou o torneio durante a edição de 1922, no Brasil, descontente com a arbitragem.
Brasil, Paraguai e Uruguai terminaram a primeira fase empatados, mas os uruguaios se retiraram alegando que os paraguaios foram favorecidos pelo juiz na derrota por 1 a 0, que beneficiou o Brasil também.
O mesmo aconteceu com a seleção chilena em 1942, na copa disputada no Uruguai.
Os chilenos se revoltaram com o árbitro na partida com a Argentina, que assinalou um pênalti e depois marcou falta fora da área.
Os dirigentes chilenos tiraram a equipe de campo e da competição.
A atual anfitriã, a Bolívia, também teve idas e vindas. Estreou em 1926 e já em 1929 entrava na lista dos ausentes da competição. Só a partir de 1956 frequentou seguidamente o torneio. Em 1963, quando abrigou a Copa América, o Uruguai não disputou a competição.
(RB e RBu)

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