São Paulo, terça-feira, 10 de junho de 1997 |
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Futebol abriga nacionalismos
RODRIGO BERTOLOTTO; RODRIGO BUENO
A fusão da política com esporte continua. Na Copa América deste ano não será diferente. O torneio foi organizado por Juan Carlos Durán, que foi o candidato da situação à Presidência da Bolívia, pelo MNR (Movimento Nacionalista Revolucionário). Mesmo utilizando a Copa América como trunfo, Durán acabou no segundo posto. Exemplos não faltam de presidentes que associam seu nome ao esporte. Um exemplo claro é o Equador. O ex-presidente equatoriano Abdalá Bucaram acumula a função de presidente do Barcelona de Guayaquil, principal clube do país. Bucaram colocou seu filho Jacobo para treinar com o time principal, planejou um jogo com Maradona vestindo a camisa do Barcelona, mas foi afastado da Presidência antes. Uma das primeiras providências de seu sucessor, Fabián Alarcón, foi aparecer em uma tribuna de estádio para ver um jogo de sua seleção pelas eliminatórias da Copa de 98. Para o atual presidente argentino, Carlos Menem, o esporte trouxe um indigesto estigma. Depois de presenciar nos estádios dois fracassos argentinos (o vice-campeonato na Copa de 90 e a goleada de 5 a 0 para a Colômbia nas eliminatórias), Menem foi tachado de "pé-frio". Um exemplo inverso é o goleiro Chivalert, que quer ser presidente do Paraguai. Seus opositores o acusam de usar a atual popularidade em favor de interesses políticos. O continente discute se acelera ou não o processo de integração econômica formando com as Américas do Norte e Central a Alca (Área de Livre Comércio das Américas). Enquanto isso, o Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) soma sócios ao bloco: Chile e Bolívia. E agora está de olho na Venezuela. Em 98, estréia a Copa Mercosul, torneio interclubes. (RB e RBu) Texto Anterior: As seleções Próximo Texto: Governos jogam com esporte Índice |
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