São Paulo, terça-feira, 10 de junho de 1997
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Aluguel na periferia sobe mais

Valor é próximo dos Jardins

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

Alugar um apartamento de um quarto nos bairros mais distantes do centro de São Paulo já custa quase o mesmo do que nos bairros mais próximos.
Em maio de 1994, o preço cobrado nos bairros mais nobres chegou a ser 88,8% maior, em média, do que na periferia.
Essa diferença caiu para 50% em maio de 1995, para 37,7% em maio de 96 e para 33% em maio deste ano, informa a Aabic (Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo).
Especialistas do mercado imobiliário explicam que o aumento da procura por esse tipo de imóvel nas áreas mais afastadas provocou a elevação dos aluguéis na região.
Essa expansão da demanda, dizem, veio com o aumento do poder aquisitivo da população de menor renda, que passou a ter acesso a esse tipo de imóvel.
Os preços nos bairros mais nobres também subiram desde 1994, mas em percentuais mais baixos.
Comparação
O aluguel de apartamento de um quarto chegou a custar R$ 180 mensais em maio de 1994 em bairros como Jaçanã, Mandaqui, Pirituba e Vila Carrão.
Hoje, está por volta de R$ 420, segundo a Aabic. O aumento, portanto, foi de 133,4%.
O preço da locação desse mesmo tipo de apartamento em bairros como Cerqueira César, Paraíso, Aclimação e Pinheiros teve um aumento de 64,7% no período -de R$ 340 para R$ 560 por mês.
Tanto nos bairros mais distantes do centro quanto nos mais próximos, ainda segundo a Aabic, os preços da locação de um imóvel de um quarto caíram no mês passado na comparação com maio de 1996.
No aluguel cobrado na periferia a queda foi menor: de 6,7% (R$ 450 para R$ 420 por mês). Nos bairros centrais, a redução foi de 9,7% (R$ 620 para R$ 560).
"O aluguel na periferia já está proporcionalmente mais caro do que nos bairros nobres. Nos Jardins, os aluguéis chegam a render 1% do valor do imóvel. Nos bairros mais pobres, 2%", diz José Roberto Graiche, presidente da Aabic.
O que explica a alta dos preços dos aluguéis do imóvel de um dormitório na periferia, diz, é o aumento da procura e também a diminuição dos investimentos desse tipo de imóvel na região.
"Quem investiu em imóveis desse padrão procurou os bairros nobres. Ninguém gosta de construir apartamento para as classes de menor poder aquisitivo."
O pico dos preços dos aluguéis, segundo a Aabic, se deu no primeiro semestre de 1995. Desde então, só os imóveis menores estão resistindo aos preços.
Sérgio Luiz Abrantes Lembi, vice-presidente do Secovi-SP (sindicato da habitação em São Paulo), conta que os preços dos aluguéis já caíram de 30% a 40% desde o início de 1996 até agora.
Para ele, há mais oferta do que procura por imóveis na maioria das regiões de São Paulo.

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