São Paulo, terça-feira, 10 de junho de 1997 |
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Para ficar no topo, Kuerten diz que precisa 'começar de novo'
MARTA AVANCINI
Hoje, ele faz sua estréia no torneio Internazionali di Tennis Carisbo, em Bolonha, na Itália, contra o argentino Marcelo Charpentier. Para Kuerten, a vitória em Roland Garros foi apenas o início de um processo. Cabe agora manter o nível de jogo e os bons resultados nos torneios para que ele se mantenha entre os melhores tenistas do mundo. (MA) * Folha - Você está preparado para a sua estréia em Bolonha? Gustavo Kuerten - Vou entrar em quadra com a mesma disposição de jogar e ganhar. Como eu ganhei Roland Garros, o que não esperava no início do torneio, pode ser que isso interfira um pouco, mas, por outro lado, pode ser até bom porque mantém o ritmo. Folha - Como assim? Você acha que a vitória pode favorecer o seu desempenho? Kuerten - É mais ou menos isso. Estou em um ritmo bom desde que venci em Curitiba. Meu jogo está crescendo. Folha - Você está preparado para enfrentar um jogo apesar dos dias agitados que você teve? Kuerten - Foi cansativo, mas eu acredito que vou conseguir me recuperar. Vou continuar jogando como estava jogando sem me preocupar tanto com as coisas. Folha - E as festas? Kuerten - Foi uma conquista importante, e a gente tem mais é que comemorar. A verdade é que as festas foram mais cansativas do que encarar um jogo. Folha - Como você avalia sua participação no Aberto da França? Kuerten - Meu sonho era ganhar um Grande Slam, mas durante o torneio percebi que era muito difícil. Não esperava ganhar, mas comecei a jogar cada vez melhor e acabou acontecendo. Folha - O que você sentiu quando segurou a taça "Coupe des Musketeers"? Kuerten - Só quando segurei a taça percebi que tinha ganhado. Foi engraçado, porque depois da premiação eu estava saindo com ela da quadra e um cara tirou ela de mim (risos). Não entendi nada. Depois fiquei sabendo que a taça é do torneio. Fica para a organização com os nomes de todos os campeões escritos nela. A gente fica com uma pequena. Fiquei meio decepcionado no começo, mas tudo bem. Vale do mesmo jeito. Folha - Qual a avaliação que você faz de sua carreira? Kuerten - Quero me firmar entre os melhores do mundo. Tenho muito a melhorar. Talvez o título tenha vindo cedo demais, mas acho que com a ajuda do Larri (Passos, o treinador) e de vocês (imprensa) vou conseguir consolidar a minha carreira. Folha - O que você acha que melhorou? O que precisa melhorar? Kuerten - A esquerda era o meu fraco. Mas eu treinei bastante na pré-temporada. Hoje, me considero melhor preparado. Há outros detalhes que precisam ser melhorados, como as bolas curtas. Acho que me dei bem em vários lances da final contra o (Sergi) Bruguera, mas ainda preciso criar coragem e chegar mais perto da rede. Folha - O seu desempenho em Roland Garros deve trazer uma melhora em termos de patrocínios para você. Como você vê isso? Kuerten - Para mim, acho que não melhora nada porque já tenho um patrocinador, mas espero que isso traga benefícios para outros tenistas que estão começando. Que desperte o interesse das empresas em apoiar tenistas. Folha - Você demonstrou uma tranquilidade muito grande, principalmente na final. A que você atribui e como você consegue isso? Kuerten - Quando eu estou na quadra, procuro não pensar em nada e ficar o mais relaxado possível. Tento me divertir e dar o máximo de mim, disputar todas as bolas e ganhar cada ponto. Meu objetivo é lutar até o fim, e pretendo manter isso. Acho que foi assim que consegui chegar aonde cheguei e não vou mudar. Texto Anterior: Estilo 'Guga' tem destaque Próximo Texto: Argentino é oponente no primeiro confronto pós-título Índice |
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