São Paulo, quarta-feira, 11 de junho de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FHC dá 3 meses para Suruagy sanear AL

SÔNIA MOSSRI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso fixou o prazo de três meses para que o governador de Alagoas, Divaldo Suruagy, cumpra as exigências do Ministério da Fazenda para sanear o Estado.
Após esse período, FHC está disposto a decretar uma intervenção formal em Alagoas.
O Palácio do Planalto considera que até setembro o Congresso Nacional deverá ter aprovado a reformas administrativa e a prorrogação do FEF (Fundo de Estabilização Fiscal).
Após a aprovação desse pacote de medidas, o Planalto poderia adotar a intervenção porque não teria projetos de interesse imediato que teriam a votação afetada pela intervenção em Alagoas.
É que a Constituição estabelece que emendas a seu texto não podem ser promulgadas enquanto houver algum Estado sob intervenção.
O presidente descartou uma intervenção formal no Estado de Alagoas na semana retrasada.
Além da reforma administrativa e da prorrogação do FEF, a emenda que permite a reeleição dos atuais governantes também não poderia ser promulgada se houvesse a intervenção.
Insuficiência
A própria equipe econômica avalia que a indicação do coronel Roberto Longo para a Secretaria de Fazenda de Alagoas dificilmente será suficiente para recuperar as finanças e os serviços essenciais de Alagoas.
Longo foi indicado pelo governo federal para ocupar a secretaria em uma espécie de "intervenção branca" (informal) no Estado.
O caos da máquina administrativa do Estado exigiria mudanças duras que dificilmente contariam com o apoio do Suruagy, comprometido com os usineiros.
Com o governador ainda no comando do Estado, a equipe econômica acha difícil os usineiros aceitarem um acordo formal para pagar mais impostos, como deseja o governo federal.
Dívida
Toda a estratégia de FHC com relação à crise do Estado tem o apoio dos três senadores alagoanos: Renan Calheiros (PMDB), Teotonio Vilela (PSDB) e Guilherme Palmeira (PFL).
A maior parte da bancada de Alagoas na Câmara e os três senadores prefeririam que Suruagy se licenciasse do cargo.
A avaliação é que isso facilitaria as negociações com o governo federal para o refinanciamento da dívida do Estado, estimada em até R$ 2 bilhões.

Texto Anterior: Aprovado pedido de impeachment em SC
Próximo Texto: Títulos de Guarulhos vencem no dia 30
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.