São Paulo, quarta-feira, 11 de junho de 1997 |
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Acusado de tráfico é preso na Bahia
RONI LIMA
Presa em dezembro passado e condenada a 28 anos de prisão, Helena Gomes controlaria a maior parte do tráfico de drogas em favelas dos municípios de São Gonçalo e de Niterói, às margens da baía de Guanabara. Em meio à disputa pelo controle do tráfico nos dois municípios, após a prisão da "vovó do pó" e de seus filhos Luís Carlos Gomes e Paulinho Madureira, Naldo teria participado, segundo a polícia, de uma chacina de cinco pessoas em Niterói, há um mês. O inspetor da delegacia regional Metropol 7 Cícero de Farias, que liderou os policiais que prenderam Naldo em um hotel em Salvador, na praia de Itapoã, disse que ele se aliou a traficantes do Rio que pretendiam controlar pontos-de-venda de drogas em favelas de Niterói. Negativa Naldo nega envolvimento com o tráfico. Ele é acusado de controlar o tráfico em morros de Niterói com o irmão, Antônio Jorge Gonçalves dos Santos, o Toni, 27. Os dois seriam integrantes da facção criminosa Comando Vermelho. Segundo Farias, membros do Comando Vermelho que atuam nas favelas cariocas do Borel, Turano e Andaraí, na zona norte, teriam se aliado ao grupo de Naldo e Toni no combate a traficantes da facção rival conhecida como Terceiro Comando. "Eles querem montar uma grande família em Niterói", disse Farias. Policiais da Metropol 7 e da Cinap (Coordenação de Inteligência e Apoio Policial) estavam à procura de Naldo desde a chacina em Niterói. Seguindo pistas Segundo Farias, informantes disseram que Naldo havia ido para a Bahia, com a mulher e a filha. Quatro policiais seguiram de carro até Porto Seguro, onde Naldo se hospedou inicialmente. Depois, foram para Salvador. Por volta das 18h30 de anteontem, deram voz de prisão a Naldo, que entrava com a família no saguão do hotel Catussaba, após um tour pela ilha de Itaparica, em Salvador. Segundo Farias, Naldo não estava armado e ficou surpreso com a presença no hotel dos policiais do Rio. "Como é que vocês chegaram aqui? Não acredito", teria dito o suposto traficante. Naldo disse aos repórteres que já teve "envolvimento com o tráfico", mas que se afastou. Ele afirmou estar desempregado. Segundo ele, a viagem para Salvador, onde pagava uma diária de R$ 100, foi um presente do pai, que seria pescador. Texto Anterior: Cúpula da polícia pede exoneração Próximo Texto: Chacina deixa três mortos na Grande SP Índice |
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