São Paulo, quarta-feira, 11 de junho de 1997
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Público é estimulado a reagir e a participar

RONALD VILLARDO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Interação. Esta parece ser a palavra chave dos espetáculos e performances do evento "Babel". Desde seu início, no último dia 2, o evento tem recebido artistas de diversas áreas com o mesmo objetivo: provocar a reação das pessoas por meio da interatividade.
Expondo o público a situações não-convencionais ou inusitadas, os artistas tentam quebrar a indiferença do público, convidando-o a participar das performances.
No primeiro dia do evento, Marta Neves, 27, trouxe bolos para a as pessoas comerem. "Quero que me devorem. Não pode mais existir arte sem interação; as pessoas não podem ficar só como espectadores", justifica. Depois, os bolos deram especial charme ao evento: todo mundo circulava, com pratinhos e talheres na mão.
Não foram só as performances abertas que têm contado com a participação do público para seu sucesso. As performances ocorridas na vitrine também.
A jovem performática Roberta Hoffman, 25, dividiu com as pessoas seus textos por intermédio de de uma tela de computador projetada ao lado de fora da cabine. Em sua performance no último domingo, frases como "oi" e "estão falando comigo" apareciam na tela e conquistavam as pessoas.
Já na apresentação do mestre do butô Kazuo Ohno, no último sábado, o público atirou rosas ao final de sua apresentação. A interação contou com o "apoio logístico" da produção do Sesc, que antes havia distribuído as flores ao público, orientando as pessoas para que as atirassem ao dançarino.
Quem não jogou andava pelo espaço com as flores na mão. Outros acabaram por oferecer as flores aos alunos de Ohno, que se apresentaram depois.

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