São Paulo, quarta-feira, 11 de junho de 1997
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'As Priscillas de Elvis' está de volta a SP

Grupo mostra peça homônima

PEDRO CIRNE DE ALBUQUERQUE
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Imagine uma mulher sozinha, assistindo televisão. Entediada, ela toma bolas e surgem, a seu lado, três novas mulheres- ou três novas personalidades dessa mesma mulher.
Começa assim "As Priscillas de Elvis", peça de Ana Cláudia Zambianchi dirigida por Leonardo Medeiros que reestréia hoje, no Centro Cultural, para uma temporada de dois meses.
A peça já circulou pelos palcos paulistanos no ano passado, quando participou da Jornada Sesc.
O grupo que representava o texto, o primeiro escrito para o teatro por Ana Cláudia Zambianchi, adotou para si o nome da peça: "As Priscillas de Elvis".
O texto, escrito para mulheres, está contando, agora, com a direção de um homem.
Leonardo Medeiros assumiu a batuta dessa montagem ao mesmo tempo em que contracena com Raul Cortez na peça "Cheque ou Mate".
Medeiros atende a duas de suas propostas nessa montagem: encenar textos de dramaturgos novos e tratar de mitos nos palcos.
"Eu estou interessado em montar textos de pessoas que trazem uma carga de novidade."
O diretor diz que a beleza das quatro atrizes atrai o público masculino. "Não temos cenário, a peça é apoiada nas performances das atrizes; e elas são muito bonitas, quatro deusas."
Apesar de o visual atrair o público masculino, Medeiros diz que a peça, no conteúdo, se aproxima das mulheres.
"O texto é uma viagem altamente feminina. Com a minha entrada, houve uma adição de masculinidade. Deixou de ser uma peça para as mulheres e tornou-se muito mais abrangente."
O diretor conta que há um assunto em comum entre os novos dramaturgos com quem tem trabalhado: o tratamento de mitos urbanos.
"Os autores com quem trabalho falam muito disso. Além da Zambianchi, posso citar, por exemplo, o trabalho do Dionísio Neto em 'Perpétua', que eu montei no ano passado, e em 'O Mundo à Meia-Noite', de José Luís Segantini, peça que estou montando agora e estréia em breve."
O texto de Zambianchi aborda a busca pelo mito. A personagem principal, bem como as três personalidades que dela se originaram, partem em uma disputa em busca de ninguém menos do que o mito pop Elvis Presley.
"O Elvis é um mito, como Cristo e Buda. Como ícone, ele se iguala a esses dois, só que é mais recente", finalizou o diretor.

Peça: As Priscillas de Elvis
Texto: Ana Cláudia Zambianchi
Direção: Leonardo Medeiros
Com: Bel Kowarick, Cláudia Cavalheiro e outros Quando: a partir de hoje, terças e quartas, às 21h30
Onde: Centro Cultural São Paulo - sala Paulo Emílio (r. Vergueiro, 1.000, Paraíso, tel. 277-3911 - r. 250)
Quanto: R$ 12

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