São Paulo, quinta-feira, 12 de junho de 1997
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Serra ironiza; claque pepebista reage

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O depoimento do prefeito Celso Pitta teve momentos de debate eleitoral e manifestação de claque partidária. O senador José Serra (PSDB-SP) fez uma sequência de perguntas e afirmações sobre o déficit nas contas da prefeitura, contestadas por Pitta.
Depois que Pitta respondeu que não tinha havido déficit, Serra ironizou o prefeito ao dizer que Pitta contabilizava empréstimos como receita e que mereceria um "prêmio internacional de economia" por seu raciocínio.
Presidente do PPB, o senador Esperidião Amin (SC) tomou as dores de Pitta e, irônico, chamou Serra de "engenheiro". "Tenho o maior respeito pelo engenheiro José Serra e pelos economistas do atual governo, que hoje demonstraram, na voz do ministro Pedro Malan (que mais cedo havia falado no Senado), que o Proer não vai dar despesa para nós."
A claque do PPB, liderada pelo deputado Arnaldo Faria de Sá (PPB-SP), gargalhou tanto que o presidente da CPI, senador Bernardo Cabral (PFL-AM), interveio para pedir silêncio.
O relator Roberto Requião (PMDB-PR) também fez um pouco de política durante o depoimento. Enquanto Serra fazia perguntas ao prefeito, Requião deixou a sala da CPI e foi à Câmara cumprimentar o líder petista Luiz Inácio Lula da Silva.
Lula foi homenageado no restaurante da Câmara com um jantar de desagravo pelas denúncias de suposto favorecimento de administrações petistas à empresa Cpem.
Requião foi ao jantar, no qual não bebeu nem comeu, com o senador Carlos Wilson (PSDB-PE). E depois de falar rapidamente com Lula retornou à CPI. Wilson ficou na festa com outros colegas tucanos, como o ex-deputado Waldir Pires (BA) e os deputados Tuga Angerami (SP) e Almino Affonso (SP), que jantavam na mesa da deputada Marta Suplicy (PT-SP).
O depoimento de Pitta atraiu o interesse de boa parte da bancada do PPB no Congresso.
Vários deputados ocuparam o plenário da CPI antes mesmo que Pitta começasse a falar.
Foram para a linha de frente o líder do PPB na Câmara, Odelmo Leão (MG), e os deputados paulistas Delfim Netto, Cunha Bueno, Maurício Najar, Cunha Lima e Adhemar de Barros Filho, entre outros.
O interesse pelo depoimento de Pitta foi tão grande que a Mesa do Senado mandou instalar um telão em auditório próximo à sala da CPI para que os parlamentares pudessem assistir aos debates.
"Serra perdeu a eleição para prefeito e quer que o Pitta se exploda; Suplicy é inimigo do PPB faz tempo, e o Requião errou, mas não muda o relatório para não dar o braço a torcer", afirmou Cunha Bueno.

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