São Paulo, quinta-feira, 12 de junho de 1997 |
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Ladrões agridem pichadores
ESTANISLAU MARIA
Max (o nome foi trocado porque ele se diz ameaçado pela antiga turma) disse que já participou de várias gangues de trombadinhas no centro de Belém e hoje tenta se livrar do vício da cocaína em uma entidade de recuperação. Ele disse já ter perdido a conta das brigas em que se meteu, sobretudo contra gangues de pichadores. "Ladrão odeia pichador e vice-versa. Se a gente se encontra, é porrada certa", disse Max. Segundo ele, há "uma certa ética" entre os ladrões que não existe entre os pichadores. "Pichador gasta dinheiro com tinta para sujar a cidade e a casa dos outros. O ladrão rouba, porque precisa, mesmo que seja para a droga." O rapaz mostrou nove grandes cicatrizes pelo corpo, provocadas por brigas. Há cortes com latas e facas e pancadas, segundo ele, provocadas por pedaços de pau, correntes e coronhadas. A gangue de Max furtava no mercado do Ver-o-Peso, centro de Belém, e os turistas estrangeiros eram os alvos preferidos. "Batia carteira, roubava relógio, pulseira e colar", declarou ele. Já correndo, os rapazes passavam entre si o produto roubado e entravam nos esgotos do mercado. Dentro da galeria subterrânea, eles dividiam o roubo. "Depois a gente vendia o ouro ali mesmo, nas travessas perto do mercado", afirmou. (ESTANISLAU MARIA) Texto Anterior: Escola é alvo preferido em PE Próximo Texto: Família de estudante morto recebe ameaça Índice |
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